24 de abril de 2024
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Lula garante que vai impedir 'golpe' e convoca brasileiros a lutar pela democracia

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quarta-feira (23), que vai ajudar o governo da presidente Dilma Rousseff mesmo se não for nomeado ministro. Em discurso de mais de uma hora a sindicalistas de São Paulo, Lula da Silva disse que é preciso defender a democracia no país e evitar o que ele chamou de golpe contra o atual governo. 

“Nem que seja a última coisa que eu faça na vida, vou ajudar a Dilma a governar esse país com a decência que o povo merece”, disse o ex-presidente em evento organizado por centrais sindicais na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, centro de São Paulo. O evento, segundo as entidades, foi convocado para defender “a democracia e o Estado de Direito” e protestar contra o processo de impeachment da presidente Dilma.

O ex-presidente também amenizou críticas e questionamentos referentes a sua nomeação ao cargo de ministro Chefe da Casa Civil. Lula disse que já havia sido convidado por Dilma em agosto de 2015, mas recusou, porém decidiu aceitar neste momento devido ao agravamento da crise política.

Durante o discurso, Lula afirmou que a questão econômica será resolvida, mas que é preciso lutar em primeiro lugar contra o que ex-presidente considera 'golpe' e pediu ajuda da população para barrar o impeachment. “Este país é tão extraordinário, com povo tão extraordinário que quem pode ajudar a resolver a crise desse país é o povo.”

O ex-presidente defendeu Dilma e disse que não há razões que justifiquem o impeachment da presidente. “Não existe nenhuma razão para o impeachment. Se juntarem 800 juristas verão que não há nenhuma razão, nenhum fato”. Para Lula, as pessoas estão sendo condenadas “pelas manchetes de jornais antes de serem julgadas”.

Dirigindo-se aos opositores do governo, Lula deu um recado aos que ainda tentam revanche do resultado das eleições. "Eles têm que aprender que ganhamos essa eleição pelo voto democrático. Se eles quiserem ir para a presidência, que esperem 2018. Eu esperei. Não queiram fazer o golpe na Dilma que não vamos facilitar”, disse.