25 de abril de 2024
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'Atentado contra o partido'

Maranhão pode ser afastado do partido e da presidência da Câmara

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Com 47 deputados em exercício, a bancada do PP na Câmara quer decidir nesta terça-feira (10) o futuro de Waldir Maranhão (MA). O grupo, reunido desde às 10h30, está praticamente decidido sobre o afastado de Maranhão do partido e consequentemente da presidência da Câmara (cargo que ocupa interinamente).

A decisão será oficialmente formalizada às 17h, durante o encontro da Executiva Nacional da legenda. De acordo com a composição da chapa que elegeu Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o comando da Câmara, a vaga na presidência interina pertence ao PP.

O partido decidiu discutir o assunto após as atitudes tomadas nesta segunda-feira (9) por Maranhão. Ele anulou a sessão de admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara e, no fim da noite, revogou a anulação.

Um dos mais polêmicos da legenda, o deputado Julio Lopes (RJ) afirmou que Maranhão cometeu “atentado contra o partido e contra a democracia” ao decidir, sozinho, sobre a suspensão de parte do processo na Câmara. Mesmo com a revogação da medida, a situação de Maranhão dentro da legenda parece não poder mais ser revertida.

Tanto Lopes quanto outros petistas, como o gaúcho Jerônimo Goergen, querem o afastamento de Maranhão que, imediatamente, teria que deixar o mandato e o cargo de presidente interino da Câmara. Se isso ocorrer, o que o PP defenderá são novas eleições para o comando da Casa. Ontem, DEM e PSD ingressaram com uma representação contra Maranhão no Conselho de Ética, pedindo a cassação de seu mandato, por abuso de autoridade.

Waldir Maranhão votou contra o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara. Ele mudou de voto em cima da hora, contrariando a orientação nacional do PP, seu partido. Devido à atitude, o deputado foi destituído da presidência do diretório estadual do partido no Maranhão.

Na reunião, os deputados do PP também tentam definir os dez pontos que serão encaminhados ao vice-presidente Michel Temer, como sugestões para o governo provisório, caso Dilma Rousseff seja afastada pelo prazo de 180 dias na votação de amanhã (11) do Senado.