19 de abril de 2024
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INVESTIGAÇÃO | MIRANDA

Sigiloso: Marinha conclui inquérito, não comenta, e Thiago 'ninguém sabe, ninguém viu'

Suspeito de bater a embarcação e vitimar o pescador "Carlão"

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Mais de 2 meses após o assessor do Governo, Nivaldo Thiago Filho de Souza, bater um barco e matar Carlos Américo Duarte, de 59 anos, conhecido como 'Carlão', a Marinha concluiu na quarta (14.jul.21) o inquérito que apura a dinâmica do acidente, apesar disso, a entidade não quis comentar o que foi apurado.  

“A Capitania Fluvial do Pantanal, Organização Militar subordinada ao Comando do 6º Distrito Naval, informa que concluiu o Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), ocorrido em 1º de maio de 2021, sobre o abalroamento entre duas embarcações de pequeno porte no Rio Miranda”, avisou a entidade. 

O documento seguiu para o Tribunal Marítimo ainda na quarta. A Marinha disse que “não comentará o inquérito, a fim de preservar a realização, caso necessário, de outras diligências a serem determinadas pela Procuradoria Especial da Marinha ou pelo TM”, justificou.

SOBRE ISSO - Vídeo: "Meu pai morreu", grita desesperado filho de Carlão, após acidente no Rio Miranda

O suspeito de bater a embarcação e vitimar o pescador “Carlão”, como era conhecida a vítima, foi ouvido no dia do crime e na sequência liberado. A polícia disse naquela ocasião que aguardaria pelos laudos da Marinha para qualificar Nivaldo.

O suspeito é funcionário comissionado na Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica e também é genro da deputada Mara Caseiro. A parlamentar chegou a usar a fala na Assembleia do Estado para defender que a situação se tratava de um acidente. "O que aconteceu foi um acidente, envolvendo pais de família. Temos que deixar bem claro isso. Ali não tinha ninguém querendo causar prejuízos para ninguém. Eram famílias querendo se divertir, ter momentos de felicidade. Mas infelizmente acabou terminando, esse sábado que poderia ser de tanta felicidade, num momento de tristeza para famílias que foram envolvidas nessa tragédia", defendeu a deputada.

Nivaldo, que no meio político é conhecido apenas como Thiago, teve um afastamento retroativo em (12. maio.21), 11 dias após o acidente. Ele possui cargo comissionado na Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica, local em que ganha cerca de R$ 15.888,47 na Direção Superior Especial e Assessoramento. 

O MS Notícias foi informado de que Thiago já retornou ao trabalho, no entanto, desde a sexta (16.jul) o site tenta confirmar se procede ou não o retorno do rapaz ao trabalho. Todos os procurados disseram não saber. "Não foi visto, se voltou eu não sei, melhor perguntar para o ***", é resposta padrão. 

A suspeita é que, devido a influência, o rapaz venha sendo preservado, até que o caso "seja esquecido" com o tempo. Hoje (19.jul) a reportagem tetntou diversas vezes contatos com a Assessoria de Gestão Estratégica e Planejamento (*Asgep), mas nenhuma das ligações foram atendidas.  

Ainda que sem confirmação por parte do governo é possível afirmar que o rapaz tenha retornado ao trabalho pois o afastamento no Diário Oficial liberava Nivaldo pelo período de 3/5/2021 a 9/5/2021.