19 de abril de 2024
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O INIMIGO IMAGINÁRIO

Mourão disse que renuncia é só Bolsonaro pedir, diz revista

"Se ele não me quer, é só dizer. Pego as coisas e vou embora", disse

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A capa da revista Veja desta semana é emblemática.Uma montagem do vice-presidente do Brasil Hamilton Mourão, usando espécie de vestimenta comunista de forema irônica, com a seguinte chamada: o inimigo imaginário. “Por que Bolsonaro está convencido de que Mourão conspira contra o governo.

Inconformado com os ataques, o vice já desabafou que renuncia se o presidente pedir: ‘se ele não me quer, é só dizer. Pego as coisas e vou embora’”, diz.

“Esse casamento é até 2022, no mínimo”, disse Bolsonaro em café da manhã com a imprensa na quinta-feira, 25, no Palácio do Planalto. “Continuamos dormindo na mesma cama. Só tem briga para saber quem vai arrumar a cozinha”, divertiu-se Bolsonaro. “Ou cortar a grama”, emendou Mourão. Por trás das alegres metáforas matrimoniais, a realidade que se esconde nos bastidores mostra que, das crises políticas que o atual governo enfrentou até aqui, a mais grave é esta — as hostilidades, amenizadas em público mas incandescentes em privado, entre o presidente e o vice.

As divergências vieram à tona pelas mãos e voz de Carlos Bolsonaro, que postou um vídeo na conta do pai no YouTube, no qual o guru Olavo de Carvalho desfia críticas impiedosas aos militares — “são incultos e presunçosos”. Seu alvo era claro: o general Hamilton Mourão, a quem o proselitista já chamou de “adolescente desqualificado”. O presidente, mais incomodado com as críticas ao golpe de 64 do que ao vice, pediu que o vídeo fosse retirado do ar. Mas, a essa altura, já estava aberta a temporada de ataques a Mourão. Nos tuítes que se seguiu. 

*(Com VEJA)