20 de abril de 2024
Campo Grande 21ºC

Operação Coffee Break

MPE recebe denúncia e 24 nomes entre políticos e empresários são citados

A- A+

O Ministério Público Estadual (MPE) recebeu nesta terça-feira (31) um documento com cerca de sete mil páginas, trata-se do processo de denúncia da Operação Coffee Break.

De acordo com informações do MPE o documento será analisado nesta quarta-feira (1) pelo Desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) Luiz Cláudio Bonassini da Silva.

Foram divulgados 24 nomes que de acordo com a denúncia estariam envolvidos em um suposto esquema de cassação do prefeito Alcides Bernal (PP) em março de 2014.

Políticos e empresários teriam articulado o afastamento de Bernal em troca de poder, ou seja cargos na prefeitura e até mesmo dinheiro. Isso segundo o Procurador-Geral de Justiça, Paulo Passos.

Denunciados por Corrupção Passiva

Edil Albuquerque (PTB), Carlos Borges (Carlão) (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Gilmar da Cruz (PRB), Eduardo Romero (REDE), Jamal Salém (PR), João Rocha (PSDB), Alceu Bueno (ex-vereador), Otávio Trad (PTB), Paulo Siufi (PMDB), Waldeci (Chocolate) (PTB).

Denunciados por corrupção ativa

Gilmar Olarte (PROS), João Amorim, João Baird, Mario Cesar (PMDB), Fábio Machinsky, Airton Saraiva (DEM), Flávio César (PSDB).

Denunciados por associação criminosa

Gilmar Olarte (PROS), João Amorim, João Baird, Mario Cesar (PMDB),Fábio Machinsky, Airton Saraiva (DEM), Flávio César (PSDB), André Puccinelli (PMDB), Nelson Trad Filho (PTB), Luiz Pedro Guimarães, Raimundo Nonato de Carvalho, André Scaff, Carlos Naegele.

Em nota o vereador Eduardo Romero disse não ter sido notificado, Romero disse ainda estar com a consciência tranquila e ter agido dentro da Lei de responsabilidade Legislativa. 

Oficialmente NÃO fui notificado, quando for estarei agindo conforme os preceitos da Justiça.

Quando votei pela cassação do prefeito Alcides Bernal, o que tive foi a minha consciência sobre os fatos: 1) havia e há Denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Bernal por fraudes na merenda escolar; 2) havia e há Denúncias do Ministério Público Estadual (MPE) contra Bernal por contratos emergenciais forjados em diversas áreas; 3) havia e há relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) rejeitando prestações de contas e recomendando afastamento do então prefeito; 4) há o relatório da CPI da Inadimplência e de uma Comissão Processante apontando e confirmando nove crimes político-administrativos. E todos esses documentos são públicos e estão a disposição da Sociedade.

Não tenho dúvidas de que agi dentro da lei e da responsabilidade legislativa. Tenho minha consciência tranquila, me guio pela transparência e sou comprometido com minha cidade. Fui eleito para trabalhar e é isso que estou e continuarei fazendo. Estou a disposição da sociedade.

Nossas ações continuam pela melhoria da qualidade de vida da população de Campo Grande, sempre atuamos nas questões ambientais, culturais e de mobilidade urbana, três pilares fundamentais que nos ajudam a nortear e planejar as ações para a construção de uma cidade melhor. No entanto, acima de tudo, priorizamos sempre os pedidos que chegam por meio dos cidadãos, que nos procuram diariamente trazendo demandas, atendidas por meio das ferramentas disponíveis no trabalho legislativo, sejam elas as indicações, os ofícios ou ainda os projetos de lei, pois entendemos que o desenvolvimento de uma cidade só é possível se fizermos juntos.

Vereador Eduardo Romero (Rede Sustentabilidade)

Coffee Break - relembre

O vice-prefeito Gilmar Olarte é alvo da Operação Coffee Break que investiga se houve esquema para comprar votos de vereadores da Capital, em 2014, com intuito de cassar mandato do prefeito Alcides Bernal, o que aconteceu no dia 12 de março daquele ano. Com queda de Bernal, Olarte assumiu Prefeitura de Campo Grande, que administrou até 25 de agosto de 2015 quando foi afastado do cargo pela Justiça de Mato Grosso do Sul, que atendeu pedido do Gaeco, e afastou também presidente da Câmara da Capital, vereador Mario Cesar (PMDB).

Olarte, assim como Mario, e os empresários João Amorim e João Baird são investigados pelo Gaeco pela suposta compra de votos. A investigação teve início depois da deflagração da Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal, que gravou em escutas telefônicas, conversas entre Amorim e Mario Cesar e também entre alguns vereadores da Capital em que eles falam do processo de cassação.