29 de março de 2024
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ELEIÇÕES 2022 | 3ª VIA

'O Lula não é Bolsonaro. É inteligente e tem passado. Eu o respeito', diz Doria

Pré-candidato, Doria disse ainda acreditar que é possível a 3ª via

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O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta quarta-feira (27.abr.22). "Embora eu seja um antagonista ao Lula, eu o respeito. O [Luiz Inácio] Lula não é Bolsonaro, o Lula é inteligente e tem passado. Eu tenho posições diferentes das dele, mas tenho respeito por ele. Já [Jair] Bolsonaro não merece o meu respeito. Eu sou um liberal social", disse o tucano.  

"O que é um liberal social?", questionou o jornalista Cristiano Romero: "É aquele que acredita na economia de mercado, mas que compreende também a importância do trabalho no combate à pobreza e às desigualdades. Não é o privado que cuida disso. Isso é função do Estado", explicou Doria, ao Valor.  

Pré-candidato, Doria disse ainda acreditar que é possível a 3ª via, a fala contradiz as pesquisas eleitorais, que, no momento indicam que haverá, na verdade, Lula e Bolsonaro, no 2º turno: "Ainda há 44% de eleitores que não tomaram sua decisão. Entre eles, neste momento estão aqueles que estão optando pelo 'menos ruim', de um lado [Lula] ou de outro [Bolsonaro]. Estes eleitores são os que vão aderir a um nome que possa representar uma alternativa aos dois extremos", sustentou  Doria.

Doria como pré-candidato dos tucanos foi motivo de racha no partido. Durante as chamadas "prévias", ele venceu o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, numa disputa apertada. "Eduardo Leite teve a grandeza de, em carta pública divulgada na sexta-feira, dia 22, manifestar o seu apoio e reconhecimento às prévias", analisou.

Apesar disso, Leite adotou um discurso de pré-candidato ao Palácio do Planalto em inserções da propaganda partidária de TV do PSDB no Rio Grande do Sul feitas na segunda-feira (25.abr.22). "Tem gente que é antiBolsonaro. Eu entendo. Tem gente que é antiLula. Eu entendo. Mas sabe do que o Brasil precisa agora? De gente como você, que é antimiséria, antidesemprego, anti-inflação, antiviolência, antidesmatamento. Foi assim que nós do PSDB viramos o jogo no estado (do Rio Grande do Sul). Atacamos os problemas, e não as pessoas. Fizemos só um Rio Grande. Agora, é hora de fazer um só Brasil", afirmou o gaúcho, na TV aberta.