28 de março de 2024
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Olarte afronta MPE e nomeia "amigo fiel" Cezar Afonso como assessor especial

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O prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (PP) em desacato e desrespeito  uma recomendação do MPE (Ministério Público Estadual) nomeou o seu braço direito, amigo e companheiro político, Cezar Afonso como assessor-executivo I cujo salário é de R$ 5.049,00 podendo ser acrescido em até 80%, chegando ao valor de R$ 9088,00.

No dia 11 de novembro deste ano, depois da constatação da crise financeira na qual o município de Campo Grande se encontra sob gestão de Gilmar Olarte, o MPE emitiu a recomendação nº 12 por meio da 29ª Promotoria de  Justiça de patrimônio Público e Social de Campo Grande, para que o prefeito não concedesse nenhuma vantagem ou aumento salarial nem criasse novos cargos, ou nomeasse novos funcionários comissionados em nenhum dos órgãos públicos incluindo fundações e instituições mantidas pela prefeitura da Capital. Outra recomendação feita pelo MPE era que Olarte reduzisse em 20% o número de funcionários comissionados e de confiança e exonerasse servidores não estáveis. Nada disso aconteceu.

nomeação Cezar Afonso

A nomeação de Cezar Afonso embora seja um ultraje e desrespeito ao poder judiciário, não causa surpresa aqueles que convivem com a dupla. Cezar desde março de 2014 quando Olarte assumiu a prefeitura depois da cassação de Alcides Bernal (PP), passou a figurar como homem forte de Olarte, braço direito do prefeito, mais influente em decisões políticas e administrativas que qualquer um dos secretários, nomeados para isso.

Conforme informações de fontes próximas a Olarte, Cezar, dentro da prefeitura de Campo Grande, responde pelo prefeito na ausência dele e em nome de Olarte tem negociado contratos com empreiteiros, empresários, desempenhando papel de um verdadeiro lobista, usando a estrutura física da prefeitura, incluindo carros oficiais, e até funcionários para executar essas negociações. Cezar foi visto diversas vezes sendo escoltado por guardas municipais.

Cezar foi nomeado por Olarte depois de oito meses e de muitas reclamações de secretários, funcionários, lideranças políticas que se indignavam ao ver o pupilo de Olarte como principal nome da administração sem ser nomeado, sem ser efetivamente um funcionário da prefeitura. A nomeação de Cezar vem tarde e só se concretizou depois de pressão. Olarte resistiu à ideia da nomeação, até porque, como as coisas andavam, Cezar fazia tudo o que era exigido pelo prefeito calado, na surdina. Agora para moralizar a ação do amigo, Olarte o nomeou. Nomeou para dar um "cala boca" em lideranças políticas e empresários que já não acreditavam mais na lisura do prefeito nem na credibilidade por Cezar, que atava em nome de Olarte e da prefeitura, mas não dava as caras. Ninguém nunca soube exatamente o que ele fazia nem interesses de quem atendia. Se eram os do município, do prefeito ou dos empresários com quem negociava.

Heloísa Lazarini