25 de abril de 2024
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Petistas querem valorizar espaços para reoxigenar o partido

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Cabo Almi, Amarildo Cruz, João Grandão e Pedro Kemp, os quatro deputados estaduais eleitos pelo PT, reuniram-se com o presidente do Diretório Regional e prefeito de Corumbá, Paulo Roberto Duarte, para discutir a temporada de debates e ações que mobilizarão o partido este ano.

No centro dos temas dominantes a visita da presidenta Dilma (nesta terça-feira); a organização dos diretórios para a segunda etapa do Congresso Nacional, de 11 a 14 de junho próximo, em Salvador (BA); o início das providências para preparar o processo de disputa eleitoral, tanto nas eleições municipais quanto na escolha dos novos dirigentes, em 2016; a campanha e o critério para novas filiações; e a oposição ao governo de Reinaldo Azambuja (PSDB).

O PT continua vivendo um antigo dilema, favorecido por sua cultura democrática de não sufocar e até estimular disputas internas que, usualmente, suscitam enfezados confrontos. A decisão de Paulo Duarte  de continuar no comando partidário, meses depois de acenar com sua saída, pôs em polos opostos algumas correntes. O deputado federal Zeca do PT não poupou Duarte, ao considerar que o partido e Corumbá seriam prejudicados pelo acúmulo de funções tão exigentes como as de presidente de um Diretório presente em 79 municípios e uma cidade com mais de 100 mil moradores, a maior sob controle petista no Estado.

ESPAÇOS – Em seu segundo mandato e indicado pela bancada para a 2ª secretaria da Assembleia Legislativa, Cabo Almi crê na importância do cargo como um fator de estímulo ao fortalecimento partidário. “Não basta o histórico de conquistas do PT. É fundamental ocupar legitimamente e valorizar os espaços políticos, institucionais e sociais. Nesse contexto entram as prefeituras, vice-prefeituras, os mandatos, os cargos dirigentes e, em nosso caso, a 2ª secretaria do Legislativo Estadual”, descreve.

Para Almi, a soma desses protagonismos é o grande capital político do PT para encarar seus desafios mais instigantes. “Perdemos eleições para a Prefeitura de Campo Grande e Governo, mas isto não nos desanimou. Temos condição de superar esses impactos. A história do PT é de grandes desafios, de dificuldades, de vitórias em lutas que pareciam perdidas”, assinala.

E é exatamente a agenda das eleições municipais de 2016 que deve exigir do PT um dos processos mais intensos de debate em sua existência. Depois dos dois mandatos do governador Zeca do PT o partido não conheceu mais nenhum resultado eleitoral expressivo, além da vitória de Paulo Duarte em Corumbá.

Com cerca de 40 mil filiados em Mato Grosso do Sul, a campanha para admissão de novos filiados e a indicação de candidatos para as eleições do ano que vem constam do rol de preocupações dos dirigentes. Os estatutos da sigla definem os critérios para as filiações, mas há quem reclame do escancaramento das portas do PT para fichas que eram assinadas nos anos em que Zeca governou e fazer parte da legenda era questão de status ou um trampolim para projetos pessoais. Boa parte dos filiados de ocasião já deixou o partido.

Da mesma forma as especulações sobre as eleições municipais começam a ganhar corpo e impõem ao PT um cuidado maior na qualificação das plenárias que debaterão propostas, estratégias e candidaturas. Em Campo Grande já são citados os nomes do deputado federal Zeca do PT e do deputado estadual Pedro Kemp. Por causa de duas derrotas – uma em 2004 e outra em 2012 -, o deputado federal Vander Loubet não seria hoje uma alternativa a considerar. Porém, não é carta fora do baralho.