19 de abril de 2024
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27ª fase da Lava Jato

PF investiga desvio de R$ 6 milhões em contrato fraudulento

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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (1) a 27ª fase da Operação Lava Jato para investigar a prática dos crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Nesta fase, denominada Operação Carbono 14, estão sendo cumpridas três mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva em São Paulo (SP), um mandado de busca e apreensão e um de prisão temporária em Carapicuíba (SP), um mandado de busca e apreensão em Osasco (SP) e três mandados de busca e apreensão, além de um de prisão temporária em Santo André (SP).

A Polícia Federal investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria causado prejuízo de pelo menos R$ 6 milhões à Petrobras. Conforme investigação da PF, operações fraudulentas feitas por meio de empréstimos com Banco Shahin teriam sido "pagas" com dinheiro desviado da Petrobras.

Tiveram mandado de prisão temporária decretado o empresário e dono do jornal "Diário Grande ABC", Ronan Maria Pinto, e do ex-secretário nacional do PT, Silvio Pereira. Também foram expedidos dois mandados de condução coercitiva contra ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e do jornalista e editor do site Opera Mundi, Breno Altman. 

Em coletiva de imprensa, que acontece na sede da Polícia Federal de Curitiba (PR), o Procurador do Ministério Público Federal (MPF), Diogo Castor de Mattos, explica que a operação teve como objetivo principal 'aparar arestas' de informações já obtidas por depoimento de investigados e réus na Lava Jato em anos anteriores.

Segundo investigadores, após quebra de sigilo bancário foi possível desenhar o caminho dos R$ 6 milhões que teriam sido retirados dos cofres da Petrobras e repassados a empresa Expresso Nova Santo André, de propriedade de Ronan Maria Pinto. O repasse foi "maquiado" por meio de um contrato de prestação serviço firmado entre o frigorífico Bertin e empresa Remar, do Rio de Janeiro, e com outro mutuo ao contrato entre a Remar e empresa Expresso Nova Santo André. 

Há ainda R$ 6 milhões, que segundo informou pecuarista José Carlos Bumlai, em depoimento no final de 2015, teria sido destinado a saudar dividas da campanha do município de Campinas de 2002 e 2004 e essa intermediação teria sido feita por dois marqueteiros da região. Esses fatos ainda estão em investigação. A PF tambem busca saber o motivo pelo qual Ronan recebeu esse dinheiro.

Ao todo, participaram da operação 50 policiais. Os presos serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, enquanto aqueles conduzidos para depoimentos serão ouvidos na capital paulista. Esta fase foi chamada de Operação Carbono 14 em referência a procedimentos usados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos.