28 de março de 2024
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PMDB reage à saída de Trad e Puccinelli recarrega baterias para 2016

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Depois de passar o cargo ao seu sucessor em 1º de janeiro, o ex-governador André Puccinelli demorou 42 dias para reaparecer na cena midiática fazendo o que gosta: política. Foi ontem (quarta- feira, 11), em Brasília, durante encontro que preparou com os quatro congressistas do PMDB sulmatogrossense: os senadores Waldemir Moka e Simone Tebet e os deputados federais Geraldo Resende e Carlos Marun.

Coincidência ou não, o encontro aconteceu um dia depois de o partido sofrer sua primeira grande baixa no ano, com o pedido de desfiliação do ex-deputado federal Fábio Trad. E o recrutamento de novas e importantes lideranças políticas e sociais está entre os objetivos do partido para chegar com maior poder de fogo e competitividade nos próximos enfrentamento eleitorais.

A agenda de Brasília serviu para André Puccinelli ajustar com a bancada como serão encaminhados os principais processos de fortalecimento do PMDB, que o governador chama de reestruturação. Do núcleo da conversa constaram a escolha dos dirigentes partidários para os diretórios Estadual e Municipais, a relação com o governo do tucano Reinaldo Azambuja e, principalmente, a abertura das discussões sobre a preparação da sigla com vista às sucessões nos municípios.

Além de retomar a hegemonia em Campo Grande, o PMDB tem pela frente desafios pontuais de importância nas eleições, entre os quais a tentativa de quebrar alguns tabus, como os de Dourados, Corumbá e Ponta Porã, onde o partido não vence uma disputa municipal há décadas. Em Três Lagoas, o esforço será para conservar o controle da Prefeitura, desde o ano 2001 nas mãos de peemedebistas.

Moka, anfitrião do encontro, conta que a reunião foi somente para traçar os cenários que o partido enfrentará nas eleições em 2016, além de reorganizar os diretórios em todos os municípios. “O PMDB é um partido muito forte em Mato Grosso do Sul, possui uma militância aguerrida, acostumada a participar dos pleitos”, observou. Em seguida, disse que está em curso um processo planejado para fechar a reestruturação do partido em todos os municípios até julho vindouro.

Puccinelli desejou êxito aos parlamentares e insistiu no apelo para que a bancada contribua, como puder, com o governo de Azambuja, por meio de ações parlamentares e políticas que estreitem o relacionamento entre o governador e o Palácio do Planalto. Nem Puccinelli e nem os demais participantes da reunião revelaram se foi debatida a desfiliação de Fábio Trad e o futuro dos seus dois irmãos, o ex-prefeito Nelson Trad Filho e o deputado estadual Marquinhos Trad.

Puccinelli deixou a reunião de baterias recarregadas pelo apoio incondicional que recebeu dos congressistas de seu partido para traçar o caminho a ser percorrido de agora em diante, tendo como lições as derrotas eleitorais de 2012, em Campo Grande, e 2014, na disputa pelo governo estadual. Puccinelli continua sendo a principal opção do PMDB para 2016, mas evita sinalizar objetivamente se concorrerá ou não.