A situação ficou ainda mais complicada para o prefeito e os sete vereadores de Ladário, afastados dos cargos e presos há mais de dois meses. A Justiça decretou o bloqueio dos bens e determinou a suspensão do pagamento dos salários em ação de enriquecimento ilícito proposta pelo Ministério Público Estadual.
Eles foram presos por determinação do desembargador Emerson Cafure, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, e são acusados de integrar organização criminosa para praticar os crimes de corrupção ativa e passiva e desvio de recursos públicos. Cada vereador recebia propina de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês para apoiar o prefeito.
Na esfera cível, o promotor Luciano Bordignon Conte denunciou o grupo por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito no dia 14 de dezembro de 2018. Ele ainda incluiu no rol dos denunciados os ex-secretários municipais de Administração, Andressa Moreira Anjos Paraquett, e de Educação, Helder Naulle Paes dos Santos (preso).
No dia 18 de dezembro passado, o juiz em substituição na Vara de Fazenda Pública de Corumbá, André Luiz Monteiro, determinou o bloqueio de R$ 188 mil do prefeito, dos sete vereadores e dos ex-secretários. Ele ainda determinou o afastamento dos cargos com a perda da remuneração.
Conte pede a condenação dos integrantes da organização criminosa a devolver aos cofres públicos o valor acrescido ao patrimônio, o pagamento de multa de três vezes o valor desviado, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos por 10 anos.
Apesar da longa estadia do prefeito e dos vereadores nos presídios da Capital, eles continuam tendo prestígio em seus partidos. Até o momento não houve manifestação pública de expulsão por parte do PSDB, PPS, MDB, PTB e PMN.
Baguá, vereador preso em Ladário, é do PSDB e cumpre expediente em presídio há mais de dois meses (Foto: Arquivo)
Parece que as siglas seguem a lógica atual da política brasileira, de deboche com o eleitor, de que denúncia por corrupção e até prisão vale como atestado de bom político. Em um país civilizado, uma simples contradição leva o representante do povo a ficar com vergonha e pedir desculpas.
Os escândalos não param de suceder no Brasil, em Mato Grosso do Sul, em Campo Grande… o pior de tudo é que ainda tem muito eleitor pagando vexame em defender os acusados e até condenados.
Como vamos evoluir?