29 de março de 2024
Campo Grande 24ºC

ELEIÇÕES 2020

Rose se escora em tripé partidário de olho na disputa com Marquinhos

Tucanos só acompanham esforço da deputada para garantir projeto de candidatura a prefeita em 2020

A- A+

Os dirigentes do PSDB de Mato Grosso do Sul parece que decidiram não inibir e muito menos impedir as movimentações da deputada federal Rose Modesto para candidatar-se à Prefeitura de Campo Grande em 2020. Ela demonstra estar bem à vontade para operar dentro e fora do ninho tucano, estabelecendo canais de diálogo com interlocutores de outras legendas, especialmente o Podemos, o MDB e o PP.

Esta semana dois desses partidos já haviam lançado no ambiente pré-sucessório balões de apoio à iniciativa de Rose. O ex-governador André Puccinelli, que é a voz de maior autoridade dentro do MDB estadual, repetiu o que já havia dito antes, quando revelou estar conversando com a deputada sobre as eleições. Ele abriu as portas da legenda e a considerou um dos nomes mais competitivos para a disputa, embora ressalvando que “qualquer pessoa que saia pelo MDB tem chances de vencer”.

No PP, a aproximação entre Rose e as lideranças da sigla é cada vez mais estreita. Em Brasília, ela deu sequência às conversações iniciadas em Campo Grande e reuniu-se com os deputados estaduais Evander Vendramini e Gerson Claro, além do vereador Cazuza. Não houve qualquer deliberação, segundo Gerson Claro, até porque o PP está cuidando de sua redefinição orgânica, após o presidente do Diretório Regional, Alcides Bernal, afastar-se do comando.

 “É natural que o PP queira continua crescendo. É o partido que possui a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, mas tem espaço e condições para se fortalecer ainda mais”, afirmou Claro. Ele reconhece, entretanto, que Rose tem dificuldade para trocar de legenda porque é grata ao governador Reinaldo Azambuja e se fortaleceu política e eleitoralmente no PSDB.

Ainda assim,  deputado leva em conta que, apesar da gratidão ao governador, Rose tem seus motivos para concorrer, pois é adversária do prefeito Marquinhos Trad (PSD) e está vivendo um bom momento de afirmação política – por isso o interesse em entrar na corrida sucessória. Para Claro, atrair Rose para o PP é uma questão da alçada superior do partido, até porque as eleições nas capitais no próximo ano estão na cota dos desafios estratégicos.

Se MDB e PP forem descartados, Rose ainda tem na manga outra carta: o Podemos. Ela ganhou da presidenta do Diretório Nacional, a deputada federal Renata Abreu (SP) o controle regional da legenda. Um presente que teve como primeiro objetivo garantir um abrigo seguro para a sulmatogrossense levar adiante o projeto de enfrentar Marquinhos Trad.

A saída de Rose pelo tripé Podemos-PP-MDB pode tornar-se inviável com as restrições que a legislação apresenta a quem muda de partido com finalidade de disputar eleições. Nesse caso, restaria permanecer no PSDB apostando num cenário que tire do partido e do governador a declarada intenção de compor aliança com o PSD e fazer a campanha pela reeleição de Marquinhos Trad. Ela só precisa se preocupar com uma possibilidade, improvável agora:  de ficar sozinha com sua candidatura.