19 de abril de 2024
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Suposta delação de Delcídio envolve Lula e Dilma em tentativas de evitar prisões na Lava Jato

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A Revista IstoÉ traz na edição desta semana como matéria de capa o suposto acordo de delação premiada feito pelo senador Delcídio do Amaral (PT).

Segundo publicação, o senador, que enfrenta processo de quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado e pode perder mandato, teria repassado informações à Polícia Federal envolvendo diretamente o ex-presidente Lula e presidente Dilma Rousseff, ambos do PT, no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Conforme publicação, o documento preliminar para acordo de delação teria 400 páginas onde Delcídio teria revelado pelo menos três tentativa da presidente Dilma de atrapalhar o trabalho dos investigadores da Lava Jato. Segundo revista, o senador teria afirmado que o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, transferido para Advocacia geral da União nesta semana, teria, por diversas vezes, tentado interferir junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para promover a soltura de réus da Lava Jato.

Ainda de acordo com a revista, o senador menciona a, suposta, tentativa da presidente Dilma de nomear o desembargador Marcelo Navarro como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), “pois tal nomeação seria relevante para o governo, pois ele cuidaria de habeas corpus e recursos da Lava Jato”, diz a IstoÉ. Outra informação nova publicada na matéria da IstoÉ é que em eventual acordo de delação, o senador revelaria que a ideia de oferecer dinheiro ao filho de Nestor Cerveró, para evitar delação premiada do ex-diretor da Petrobras, teria partido o ex-presidente Lula para evitar que Cerveró citasse nome do pecuarista José Carlos Bumlai, que é amigo do ex-presidente.

Foi justamente essa gravação que serviu como base para prisão do senador Delcídio, em 25 de novembro de 2015, por suspeita de atrapalhar as investigações da Lava Jato. O senador foi solto no dia 19 de janeiro deste ano. Segundo a revista os R$ 50 mil pagos por Delcídio ao advogado de Cerveró, Edison Ribeiro, teriam sido pagos por Marcelo Bumlai como parte de um total de R$ 250 mil. A equipe do MS Notícias ainda não conseguiu contato com senador nem com assessoria de imprensa do parlamentar para confirmar a delação. Delcídio, porém, em entrevistas que concedeu à imprensa desde que deixou prisão afirmou que não faria delação.