18 de abril de 2024
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Saúde

Takimoto cobra do Estado política eficiente contra a obesidade

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Alarmado com os altos índices de doenças causadas pelo excesso de peso, o deputado estadual George Takimoto (PDT) está cobrando do governo de Mato Grosso do Sul ações eficientes e sistematizadas de combate e prevenção à obesidade. Em indicação ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e ao secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, o deputado vai sugerir que o Estado, em parceria com as prefeituras, crie programas e serviços preventivos destinados, sobretudo, à clientela do SUS.

A obesidade é igual a qualquer outra patologia que produz prejuízos gradativos à saúde no aspecto setorial, observa Takimoto, citando outras ocorrências como as provocadas pelo fumo, que afeta os pulmões e a circulação sanguínea.  “O fumante fatalmente padece à medida que a idade avança. Outro caso recorrente é o das patologias pulmonares de quem trabalha em moinhos, ambientes poluídos, adquirindo doenças laborais degenerativas”, descreve o deputado e médico, com mais de 50 anos de experiência na Medicina.

O parlamentar observa que a obesidade é detectada como um estado físico de futuro sombrio, pois inevitavelmente expõe a pessoa a uma série de partologias, como a artropatia (dores articulares), hipertensão, diabetes e problemas circulatórios no coração e no cérebro. “No entanto, um jovem obeso pode prevenir ou até ser ´curado´ com verdadeira força interior, evitando alimentos que aumentem seu peso”, pondera Takimoto, autor de uma lei proibindo a venda de alimentos gordurosos e industrializados nas cantinas escolares da rede publica estadual. A medida foi promulgada pelo Legislativo, porém o Tribunal de Justiça atendeu um recurso das indústrias e comerciantes e a vetou por considera-la inconstitucional.

ESCOLHAS – Takimoto é incisivo: o homem de hoje tem que optar entre tomar remédios, gastando a vida inteira, ou faz uma opção pela vida saudável, alimentando-se unicamente dentro de suas necessidades e com alimentos saudáveis. O pedetista cita que os norte-americanos têm um dos mais elevados índices de obesidade do planeta. “A saúde publica não tem condição de socorrer a demanda”, pontua. “O Brasil, um País muito mais pobre, com menores níveis cultural e intelectual, tem no governo a obrigação de, se não tratar, porque não trata mesmo, ao menos fazer uma política arrojada e eficiente de saúde publica. Só assim se evita gastos com o excesso de demandas de pacientes desaguando num SUS sem condições de ampará-los”, acrescenta.

O deputado menciona as dietas alimentares em voga. Porém, critica medidas como o corte do Ministério da Saúde aos anorexígenos (indutores da redução do apetite), que deixou a sociedade desarmada. “Com minha experiência tenho tratado de obesos, para que diminuam de peso valendo-se de fórmulas médicas para inibir a fome insaciável, controlar a ansiedade, o estado depressivo, porque tudo isso leva a consumir calorias desnecessárias”, conta. 
Ele reconhece que as pessoas têm dificuldades em fazer dieta alimentar, pode ser caro e exige muita disciplina atér que se adaptem a comer o suficiente. “Eu, médico, optei por um caminho que orienta a pessoa a limitar a sua fome usando medicamentos que diminuam seu apetite e ajudem a estabilizar seu estado psíquico”, enfatiza.

As estatísticas são preocupantes, adverte Takimoto, lembrando que a cada cinco brasileiros um está obeso, de acordo com o Ministério da Saúde. De 2007 para cá o índice de obesidade no País passou de 11,8% para 18,9%. A advertência de Takimoto cala fundo para Mato Grosso do Sul. Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), Campo Grande é a segunda capital brasileira no ranking das populações com excesso de peso, ocorrência que atinge 58% de seus habitantes.