O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga se o cirurgião geral bolsonarista Mauro Luiz de Britto Ribeiro, ex-diretor clínico da Santa Casa de Campo Grande (MS), ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso do Sul (CRM-MS) e agora presidente Conselho Federal de Medicina (CFM), torrou R$ 1 milhão em 'jetons'.
Jetom (em francês: jeton) é o pagamento que, no Brasil, faz-se a deputados (federais, distritais e estaduais) e vereadores por participarem de sessões extraordinárias - é, eles recebem para isso!
Britto Ribeiro, apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo CFM, o presidente da organização que chefia desde 2019, teria usado a quantia para participar de reunião ou quitar passagens e hospedagem.
A entidade é responsável por regular a profissão da Medicina no país
Nas contas, aparecem viagens que o médico fez de Campo Grande para Brasília e ainda de viagem internacional, como uma ida a Dubai.
Salário não é pago a conselheiros do CFM, que recebe R$ 800 por atividades pela entidade, como encontros, plenárias ou reuniões.
"O CFM define uma espécie de remuneração por meio de diárias e jetons aos seus membros", cita o requerimento de pedido de investigação que partiu de Elias Vaz (PSB-GO) e teve a relatoria de Jorge Solla (PT-BA).
O médico Britto Ribeiro incentiva no período duro da Covid o uso da cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento da covid-19, remédios sem eficácia comprovada contra uma doença que já matou mais de 600 mil brasileiros de março do ano passado para cá.
Pela recomendação equivocada, a Defensoria Pública da União moveu contra o CFM uma ação que pede indenização R$ 60 milhões por danos morais coletivos.
Em MS, Britto Ribeiro também foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por faltar expediente na Santa Casa por período de dois anos.
Ao UOL, a assessoria de imprensa do CFM negou ilegalidade nos jetons arrecadados pelo presidente da entidade.