23 de abril de 2024
Campo Grande 30ºC

Eleições 2016

Tendências de apoios no 2º turno começam a aparecer

Eleitores de Bernal, Luiza Ribeiro e Puccinelli ficam com Marquinhos e Coronel Davi com Rose

A- A+

Aos poucos já se desenha a ciranda de apoios aos candidatos que disputarão o segundo turno em Campo Grande. Acenos de estímulo estão sendo feitos a Marquinhos Trad (PSD) e Rose Modesto (PSDB) por parte de concorrentes que não passaram do primeiro turno, além de vereadores eleitos e não-eleitos – tudo, evidentemente, monitorado e inflado pelas chamadas lideranças maiores: o governador Reinaldo Azambuja, os ex-governadores André Puccinelli e Zeca do PT e o prefeito Alcides Bernal.
Uma carta divulgada da vereadora Luiza Ribeiro à militância do PPS dá a pista sobre o caminho que ela vai seguir. Mesmo com 3.175 votos, ela ficou em 30º lugar e foi mais votada que outros 12 candidatos, mas seu partido pagou caro o prreço de optar pelo lançamento de chapa majoritária. Por causa dessa decisão, o PPS deixou de compor numa chapa competitiva e prejudicou o avanço de Luiza para a reeleição. 
Luiza defendia que o PPS apoiasse a candidatura do prefeito Alcides Bernal (PP) e depois da convenção fez a Athayde uma acusação repetida agora, depois da eleição: a chapa própria serviu para atender à estratégia tucana de tirar Bernal do páreo e garantir Rose no segundo turno. 
“Arriscamos nossa pele. Mas foi consciente. Sabíamos que era essa tarefa que muitos julgavam histórica desse momento. Ou seja, o PPS colaborar com a estratégia eleitoral do PSDB”, afirma Luiz na carta aberta. E acrscenta, sobre a convenção que decidiu lançar a candidatura a prfeito de Athayde Nery, ex-vereador e ex-secretário de Cultura do governo do tucano Reinaldo Azambuja: “Nunca o PSDB e o Governo desejaram ajudar o PPS a ter uma vaga na Câmara Municipal. Ao contrário. A eleição de um do PPS reduziria as possibilidades do PSDB. Assim, servimos à estratégia do PSDB de chegar ao Executivo de Campo Grande. O PPS se dispôs a isso”. 
Os peemedebistas e sobretudo os fiéis de André Puccinelli já estão em campanha por Marquinhos Trad, insuflados pela motivação da sobrevivência política contra um processo que faz destas eleições um intrumento liquidacionista do PMDB e do andrezismo. 
Com a vitória do PSDB em 36 dos 79 municípios e sem conquistar prefeituras importantes como as de Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã, Dourados, Nova Andradina, Paranaíba, Naviraí, Aquidauana e Coxim, subiu da cintura ao pescoço o aluvião que pode afogar o peemedebismo em Mato Grosso do Sul. Contribuir com a vitória de Marquinhos em Campo Grande não beneficia diretamente o PMDB, porque o candidato é do PSD e saiu do partido rompido com seus dirigentes, mas vislumbra aos peemedebistas a imperdível chance de impedir que os tucanos se apossem do maior colégio eleitoral do Estado.
Tudo isso não quer dizer que a fatura esteja liquidada. Nem sempre a lógica funciona quando o assunto é disputa eleitoral. Rose Moesto tem seus runfos, o primeiro deles sustentado nos bons índices de aprovação do governo de Reinaldo Azambuja. Conta ainda com um cenário favorável ao tucanismo, como demonstrou a grande quantidade de candidatos eleitos pelo partido em todo o País e a ampliação da base municipal do PSDB na Câmara de Vereadores de Campo Grande. 
Rose tem sua luz própria e opera com desenvoltura na periferia e junto às camadas mais humildes da população, território no qual é fortíssima a presença de Bernal e do próprio Marquinhos. Mas os caldos eleitorais do primeiro turno já renderam à tucana alguns apoios de peso considerável, como a adesão do candiato Coronel Davi (PSC). Na verdade, é um apoio esperado, já que o seu mandato de deputado estadual tem como titular José Carlos Barbosinha (PSB), que se afastou para chefiar a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Publica de Reinaldo Azambuja. 
De qualquer forma, Davi e o PSB constituem reforço substancial, porque trazem consigo algumas representações políticas e eleitorais que somam, como a deputada federal Tereza Cristina e o senador Pedro Chaves. Além disso, a fração do PPS liderada pelo ex-vereador Athayde Nery, o PDT de Dagoberto Nogueira e do grupo ligado à benemérita Tereza Name e quase metade dos 29 vereadores perfilam juntos no palanque da candidata.
ANÚNCIO – Está sento aguardado para hoje (quarta-feira, 5) o anúncio de Alcides Bernal sobre quem vai apoiar no segundo turno ou se ficará neutro, liberando seus seguidores. Consta que o prefeito já teria sido procurado pelo governador Reinaldo Azambuja e pelo próprio Marquinhos Trad. Decidido a disputar um cargo majoritário nas eleições de 2018 – a governador ou a senador -, Bernal passou a avaliar seu futuro político logo que terminou a contagem dos votos no domingo. E mesmo sem ir para o segundo turno sentiu que sua votação, diante das circunstâncias, acabou habilitando-o a cultivar novas expectativas eleitorais. Terá seu apoio quem pavimentar melhor o terreno para elas.