O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou uma série de indícios de irregularidades na prestação de contas da campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro e deu prazo de três dias para a equipe do ganhador da eleição presidencial de outubro encaminhar uma complementação e esclarecimentos sobre as contas, de acordo com despacho da corte publicado na noite de segunda-feira.
São apontadas como irregularidades na prestação de contas indícios de doação de fonte vedada, indícios de recursos de origem não identificada e ausência de informação de gastos eleitorais na prestação de contas parcial, entre outras.
O TSE também apontou ausência de contrato de prestação de serviços de financiamento coletivo e descumprimento de prazo para entrega do relatório financeiro.
"Ao efetuar o exame das manifestações e da documentação entregues pelo candidato, em atendimento à legislação eleitoral, foram observadas inconsistências ou registros na prestação de contas, relatados a seguir, para os quais se solicitam esclarecimentos e encaminhamento de documentação comprobatório", disseram analistas do TSE na avaliação da prestação de contas de Bolsonaro.
"Diante do exposto... necessário se faz que o candidato Jair Messias Bolsonaro seja diligenciado para, no prazo de três dias, complementar dados e documentação e/ou prestar esclarecimentos justificativas, com vias ao saneamentos dos apontamentos desta unidade técnica", acrescentaram os técnicos do tribunal.
A advogada Karina Kufa, da defesa de Bolsonaro junto ao TSE, disse que os indícios apontados pelo tribunal são "detalhes técnicos", e que a defesa vai apresentar respostas para todos os apontamentos feitos pela área técnica da corte. "Não há nada que nos preocupe", disse a advogada à Reuters.
Para que o candidato eleito seja diplomado pela Justiça Eleitoral, é necessário que as contas estejam julgadas pelo plenário do TSE, para onde o processo será encaminhado após a conclusão da análise pela área técnica.
No caso de Bolsonaro, a diplomação está marcada para o dia 10 de dezembro, de acordo com o tribunal.
Fonte: (Reportagem de Ricardo Brito)