20 de abril de 2024
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4ª QUEDA

Urgente: Presidente da Petrobrás renuncia

Troca, troca de presidentes da estatal continua no governo Bolsonaro

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O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renunciou à presidência da empresa nesta segunda-feira (20.jun.22). E a troca de presidentes da estatal continua no governo de Jair Bolsonaro (PL). Essas mudanças visam indicar que o "presidente da república está fazendo alguma coisa" para baixar o preço do combustível que teve nova alta na última semana. A gasolina está custando na bomba R$ 8 em Mato Grosso do Sul. A inflação já chega a 11% na gestão desastrosa de Paulo Guedes (Economia). 

Mauro Coelho convocou uma reunião extraordinária da diretoria da empresa nesta manhã, quando fez o anúncio. 

A nomeação de um presidente interino será decidida pelo Conselho de Administração. Eis as íntegras dos comunicados da renúncia à presidência e ao assento no Conselho.

Com a saída, o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá o 4º CEO da estatal indicado por ele. José Mauro Coelho ficou 1 mês e 9 dias no cargo.

Na 6ª feira (17.jun), a estatal aumentou em 5,18% o preço da gasolina vendida às distribuidoras. O diesel teve alta de 14,26%.

PRESSÃO 

No dia 24 de maio, Bolsonaro anunciou que trocaria o comando da estatal e indicou o nome do então secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade, para substituir o atual presidente da empresa.

Mauro Coelho, no entanto, tinha decidido até agora resistir no posto: pelas regras da companhia, ele só poderia ser substituído por uma assembleia extraordinária de acionistas, que ainda não tem data para ocorrer. Pela complexidade da empresa, ela pode demorar até 60 dias para ser finalizada.

Por isso, um mês depois do anúncio, Bolsonaro ainda tinha o dissabor de ver Mauro Coelho no cargo.

A situação se agravou na semana passada depois que a petroleira anunciou mais um aumento, de 14,26% para o diesel e de 5,18% para a gasolina.

Bolsonaro afirmou que a empresa pode "mergulhar o Brasil num caos", provocando uma greve de caminhoneiros nos moldes da que paralisou o país em 2018.

O centrão aumentou a pressão sobre a Petrobras no nível máximo. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que iria para "o pau", abrindo uma CPI contra a estatal e taxando seus lucros. As ações da empresa despencaram. Acontece que o governo é o principal acionista da estatal e é o que mais está ganhando dinheiro com as altas taxas. A briga dos políticos  nesse contexto é uma encenação. 

Líderes de partidos governistas e independentes estão alinhados a Lira, que convocou uma reunião para esta segunda-feira (20.jun). O objetivo é discutir ideias apresentadas por ele em resposta ao reajuste.

 

A lista inclui as propostas de elevar a taxação do lucro da Petrobras, discutir a política de preços da estatal e criação de uma CPI para investigar eventuais abusos da atual gestão da empresa diante da escalada nos preços dos combustíveis.

A discussão da política de preços da Petrobras, que começou a vigorar em 2016, é um item que deve avançar.

Deputados lembram que, segundo especialistas, ainda há defasagem no valor dos produtos em relação à cotação internacional. Portanto, ainda haverá pressão por novos reajustes.

Desde o ano passado, Lira já questionava o modelo de preço adotado pela estatal.  

Mas, temendo desgaste eleitoral, parlamentares querem buscar uma saída de efeito no curto prazo. Por isso, estão dispostos a debater mudanças na tributação da estatal.