19 de abril de 2024
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Corinthians conta dois pênaltis para vencer na estreia de Love

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Paolo Guerrero foi decisivo para o Corinthians conquistar três pontos na estreia de Vagner Love. Não com gols. O centroavante peruano sofreu dois pênaltis (bastante contestados e convertidos pelo lateral esquerdo Fábio Santos) na vitória dos reservas do técnico Tite por 2 a 1 sobre o Botafogo-SP, na tarde deste sábado de Carnaval, em Itaquera. Rodrigo Andrade descontou.

O resultado deixou o Corinthians com 9 pontos ganhos no grupo B do Estadual, o mesmo de Ponte Preta, Rio Claro, São Bento e Audax, e ainda em desvantagem no número de jogos disputados. O Botafogo-SP totaliza 6 na chave C, que conta também com Palmeiras, Portuguesa, Linense e Marília.

A grande preocupação do Corinthians, no entanto, não é o Campeonato Paulista. O time terá o retorno de seus titulares para receber o São Paulo pela Copa Libertadores da América na noite de quarta-feira. No domingo, enfrentará o Ituano no Novelli Júnior. O Botafogo-SP jogará com o Bragantino um dia antes, em Ribeirão Preto.

O jogo – O Corinthians entrou em campo com uma equipe repleta de jogadores reservas para enfrentar o Botafogo-SP. Ainda assim, manteve o mesmo estilo ofensivo, com rápida troca de passes, que tem marcado a terceira passagem de Tite pelo clube.

Mais rápido do que a maioria da torcida corintiana (o público demorou muito a se posicionar nas arquibancadas, dando a impressão de que seria pequeno no sábado de Carnaval), o atacante Stiven Mendoza teve as melhores oportunidades do início da partida. E não aproveitou nenhuma.

Aos seis minutos, o veloz colombiano recebeu um bom lançamento de Cristian e correu até invadir a área, mas tropeçou na hora de chutar. Já no lance seguinte, o volante acionou Mendoza novamente – desta vez, com leve desvio de Petros – e viu o companheiro bater em cima do goleiro Renan Rocha.

Mesmo que o placar tenha continuado sem gols, as chances de Mendoza serviram para encher o Corinthians e a sua torcida de confiança e deixar o Botafogo-SP ainda mais acuado em Itaquera. A bola acertou a trave visitante duas vezes em menos de dez minutos. Primeiro, com Edu Dracena, que cabeceou no travessão após uma cobrança de escanteio. Depois, com Guerrero, em um chute forte e de primeira do lado esquerdo da área – mas em posição de impedimento.

O Corinthians intensificou a pressão após meia hora de partida. Aos 29, Edílson fez boa triangulação, entrou na área pela direita e empolgou-se ao ficar diante do gol – preferiu concluir ao fazer o cruzamento. A bola saiu com força dos pés do lateral e não entrou porque esbarrou em Petros, insatisfeito com a decisão tomada pelo colega.

A chance desperdiçada atiçou Tite à beira do campo. O técnico voltou a ficar inquieto com uma finalização rasteira e cruzada de Bruno Henrique, que passou perto da meta, e não gostou quando Luciano rolou de um lado a outro no gramado depois de sofrer uma falta mais dura. “Aguenta a dor e vai jogar!”, gritou.

Naquele momento, a torcida estava mais preocupada em berrar contra o árbitro Marcelo Prieto Alfieri, que não economizava cartões amarelos. Mas foi justamente o juiz que colaborou para o Corinthians ir para o intervalo em vantagem. Aos 40 minutos, ele assinalou pênalti quando Guerrero desabou na área em um cruzamento de Fábio Santos. O próprio lateral cobrou, no ângulo, e conferiu.

“É uma grande vantagem”, comemorou Petros, quando deixava o campo em direção ao vestiário. Não era. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, o Botafogo-SP (que havia trocado o atacante Giancarlo por Isaac Prado) empatou. Rodrigo Andrade aproveitou uma cobrança longa de lateral, da esquerda, para bater rasteiro e superar Walter.

Sem tempo algum para se acomodar, o Corinthians voltou ao campo de ataque, principalmente com as arrancadas de Edílson. Quando a bola ia mais à frente, Guerrero fazia bem o papel de referência – com direito a um chute forte da entrada da área, que subiu um pouco além do travessão.

O problema é que, ao contrário do primeiro tempo, o Botafogo-SP marcava melhor e já estava bem armado para aproveitar os contra-ataques oferecidos pelo Corinthians. O novato Wesley demonstrava habilidade a ponto de irritar os defensores adversários. E Tite achou por bem mudar a sua equipe, com Jadson e Malcom nos lugares de Edílson e Mendoza.

Com chuva forte, o mexido Corinthians não chegou a ser mais criativo. O que fez Tite entrar em ação outra vez. Quando o ex-corintiano André Santos substituiu o veterano Zé Roberto, aos 29, Vagner Love ocupou a vaga de Luciano. O estreante pisou em campo com saltos com o pé direito, orou rapidamente e já brandiu os braços para incentivar os seus companheiros.

Love estava bastante disposto, pedindo bola a todo o momento. A torcida que ele tanto elogiou em sua apresentação também – como se quisesse justificar aquele discurso entusiasmado do atacante. E quase ele e o público comemoraram juntos em uma conclusão rasteira dele, que parou em Eli Sabiá.

Nos minutos finais, já sem muita organização tática, o Corinthians aumentou a pressão diante de um Botafogo-SP recuado, com cobranças de escanteio em série. Nos acréscimos, Guerrero disputou a bola com Eli Sabiá pelo alto e caiu. Pênalti, pelo menos para a arbitragem. Fábio Santos converteu e assegurou a suada vitória na estreia de Vagner Love.