24 de abril de 2024
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Há 37 anos, Galo estava na final do Brasileirão

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Há 37 anos, Galo ingressava nas finais do Brasileirão. O Campeonato Brasileiro de 1977 começou em outubro daquele ano e terminou em março de 1978. Com o técnico Castilho no comando e um time de jogadores experientes com passagens por grandes clubes, operário de Campo Grande estreou contra o Internacional sem que sua torcida imaginasse o que o clube, então sem brilho nacional, iria protagonizar. E esta seria a impressão que vingaria na estreia contra os gaúchos – um 0 a 0 no Morenão – e no segundo desafio, fora de casa, quando perdeu por 1 a 0 para o Grêmio Maringá. Apesar dos resultados e do ceticismo da torcida, era possível vislumbrar por aqueles dois jogos que o time tinha um padrão de jogo corajoso.

Castilho não era ofensivista, mas estava longe de ser retranqueiro. E quem duvidava da classificação para a fase seguinte, queimou a língua. Os outros sete jogos dessa etapa mostraram que o Operário não estava ali apenas como figurante. Foram cinco vitórias e dois empates, com resultados obtidos em jornadas espetaculares, como os 3 a 3 com o Grêmio, em Porto Alegre, e o 1 a 0 sobre o Coritiba, no Paraná. Com quatro partidas realizadas em dezembro de 77, a performance obtida até ali já seria suficiente para contentar torcedores e a diretoria, até porque entre os próximos adversários estavam Botafogo e Fluminense, do Rio de Janeiro, dois clubes que perfilariam entre os favoritos. O time de Castilho não tomou conhecimento. Empatou com o alvinegro carioca no Rio e com o Botafogo de São Paulo, fora de casa.

Mas bateu o Fluminense no Morenão e o campeão alagoano CSA, em Maceió. Aí então o Galo de Campo Grande já era matéria de ponta nas  principais publicações esportivas.  Nas semifinais, já em 1978, o Operário entrou na chave do Palmeiras. Eram seis clubes e só um se classificaria para as finais. Depois de empatar com o Santa Cruz, golear o Desportiva (ES) e derrotar o América (RJ), um abalo: em Belém, o time perdeu para o Clube do Remo. A última partida, contra o Palmeiras, seria decisiva. Com o Morenão lotado, 2 a 0 para o Galo. O time estava classificado e já era, no mínimo, o quatro melhor do País. Nas finais, a parada foi indigesta. Eram duas partidas, de ida e volta, e o adversário operaria não foi o São Paulo, que se sagraria campeão da competição na decisão contra o Atlético (MG). No primeiro jogo, no Morumbi, vitória tranquila dos são paulinos por 3 a 0. Na volta, no Morenão, o Galo venceu por 1 a 0, mas o melhor saldo de gols classificou os paulistanos. Todavia, nos 90 minutos desta partida o time de Mato Grosso do Sul teve várias chances de ampliar o marcados e tirar a diferença. Ficou em terceiro lugar no Brasileirão e ascendeu a posições de destaque no ranking nacional.

Aquela memorável campanha consagrou o técnico Castilho – que chegou a ser cotado para seleção brasileira, assim como outros craques que destacaram, entre os quais Roberto César, Peri, Tadeu santos e Silveira. Os artilheiros do Galo no campeonato foram Roberto César (8 gols), o já falecido Everaldo (7) e Tadeu (06). Vários craques foram contratados por clubes da elite do futebol brasileiro e até do exterior. Castilho utilizou na campanha 22 jogadores: os goleiros Manga, Zé Luis e Rui; e os seguintes atletas: Paulinho, Nelson, Silveira, Escurinho, Edson, Dito Cola, Marinho, Tadeu, Everaldo, Peri, Roberto César, Cuca, Da Silva, Biluca, Nenê, Traira, Dante, Ze Coco e Elcio.

A CAMPANHA E CURIOSIDADES

Jogos: 20 Vitórias: 11 Empates; 06 Derrotas: 03 (Para o Maringá, por 1 a 0 na primeira fase; para o Remo, por 2 a 0, na segunda fase; e para o São Paulo, por 3 a 0, nas semifinais).

*Na fase de classificação para chegar às semifinais, o Operário fez cinco jogos, perdeu só um ((Remo, 2 a 0, em Maceió), empatou um (0 a 0, com o Santa Cruz, em Recife) e venceu três, sendo dois em casa (5 a 0, no Desportiva, e 2 a 0, no Palmeiras) e um fora (2 a 0, no América do Rio de Janeiro). Cada grupo classificava apenas um clube e o Galo,que já não era surpresa àquela altura, foi o classificado. *Dos grandes clubes brasileiros, o Operário só perdeu para o São Paulo na primeira partida das semifinais (3 a 0, no Morumbi). Venceu o jogo de volta por 1 a 0, mas o saldo de gols levou os paulistas à decisão. *O Operário enfrentou, além do São Paulo, outros seis clubes da elite à época. Venceu em casa três times que já foram campeões brasileiros: o Coritiba (1 a 0), o Fluminense (2 a 1) e o Palmeiras (2 a 0). Empatou em casa com o Internacional (0 a 0) e fora com o Grêmio, de Porto Alegre (3 a 3) e o Botafogo/RJ (1 a 1).

 Edson Moraes