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Apartamento de Salles sem registro triplicou de valor em dois anos, diz jornal

Ricardo Salles justifica o aumento de seu patrimônio, objeto de investigação na Justiça, com base na divisão de um duplex no Jardins em dois apartamentos. A operação, no entanto, não foi registrada em cartórios de São Paulo e é considerada inviável por corretores de imóveis, informa o El País.

O ministro do Meio Ambiente é investigado por suposto enriquecimento ilícito entre 2012 e 2018, quando seu patrimônio saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões.

Entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014, ele foi secretário particular do ex-governador Geraldo Alckmin; entre julho de 2016 e agosto de 2017, foi secretário de Meio Ambiente em São Paulo. Entre os dois períodos, atuou na advocacia privada.

Em entrevista ao UOL em agosto de 2019, ele disse que comprou o duplex nos Jardins em 2015, quando era advogado.

“Eu tinha um imóvel que valia R$ 2 milhões, gastei mais R$ 800 mil durante um ano de reforma, o que dá R$ 2,8 milhões, e fiz dois apartamentos, cada um valendo R$ 3 milhões […] Se você pegar minha declaração de Imposto de Renda, vai ver que dos meus R$ 8,8 milhões, R$ 6 milhões são do imóvel”, afirmou.

Ao El País, o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóvel de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, afirmou que a regularização da divisão dependeria da autorização de todos os condôminos do prédio e de uma nova escritura para cada unidade.

“O custo disso é inviável, ficaria pelo menos o valor de um apartamento no edifício. A quem interessaria isso? Não vale a pena sob nenhum ponto de vista”, disse.

A corretora Thaís Haliski disse ao jornal: “É difícil que um apartamento que tenha esse rolo com a divisão irregular valorize tanto, mesmo desdobrado e com uma reforma de 1 milhão”.

Salles já teve o sigilo bancário quebrado na investigação, que tramita sob sigilo.

*Informações do O Antagonista