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DESCALABRO

Há mais de 2 anos no cargo, Bolsonaro anuncia "Brasil quebrado"

Bolsonaro diz que Brasil está quebrado como se não fosse com ele

Esse é Jair Bolsonaro - Reprodução/Twitter

Enquanto a equipe econômica defende que a economia está numa trajetória em V, para Bolsonaro o Brasil está quebrado. “Chefe, o Brasil está quebrado, e eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter”, disse, ontem, 5ª-feira (6.jan.21), ao um apoiador na frente do Palácio da Alvorada. A fala foi para justificar não ter cumprido umas de suas promessas de campanha de aumentar o limite da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. 

A declaração repercutiu mal. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou a fala do presidente como “grave e desalentadora”. “Você olha para os próximos dois anos sem entender o projeto de país que ele (Bolsonaro) tem”, disse Maia à jornalista Natuza Nery. 

Já o ministro Paulo Guedes disse que Bolsonaro se referia ao setor público e que, ao dizer que não conseguia fazer nada, demonstrou respeito ao teto de gastos. 

Maílson da Nóbrega: “Não dá para dizer que o Brasil está quebrado. O país vive uma situação de crise fiscal grave, que pode levar à insustentabilidade da dívida pública. Mas está longe de estar quebrado. Cabe ao governo, que conhece a situação mais do que ninguém, conseguir do Congresso as reformas necessárias capazes de tirar o país dessa situação. O Brasil, hoje, tem uma situação confortável nas contas externas, que, no passado, já foram foco de crise e instabilidade.” 

Adriana Fernandes: “Saiu-se logo com a resposta mais fácil: o Brasil quebrou. Mas a verdade é que o presidente não mexeu uma palha para abrir espaço para corrigir a tabela do IRPF. Pelo contrário, beneficiou setores específicos nesses dois anos de governo e atropelou a discussão de mudanças no campo tributário por disputas políticas. Também não ajudou na pauta de corte de gastos ineficientes. O que vão achar os investidores que compram papéis de um governo do qual o seu próprio presidente diz que está quebrado? A fala do presidente é irresponsável sob todos os aspectos. Mas é ainda mais perigosa no momento atual em que o Tesouro Nacional passou por meses de grande dificuldade para se financiar e tem pela frente um trabalho difícil para pagar uma montanha de dívida concentrada nos primeiros meses do ano e que já supera R$ 1,3 trilhão até o final de 2021.”

FONTE: MEIO.