ESCOTEIRO MARCO AURÉLIO SIMON
Polícia faz escavações em busca de corpo do escoteiro 'mistério' há 36 anos
Com novas evidências, polícia diz que há duas linhas de investigação
A busca pelo corpo de Marco Aurélio Simon, desaparecido aos 15 anos, em 1985, fez a polícia escavar (29.jul.21) um terreno nas proximidades de onde o menino desapareceu misteriosamente durante uma trilha no Pico dos Marins, em Piquete (SP), em 8 de junho de 1985.
Segundo a Polícia Civil, novos indícios fez o caso de 36 anos ser desarquivado.
A polícia diz que há duas linhas de investigação, a primeira, iniciada hoje aponta que o jovem ponte estar enterrado nos arredores de uma casa próximo à trilha. "Esta é a primeira de duas averiguações e deve ser concluída ainda hoje. Só escavando para entendermos se vamos encontrar algo na casa. A outra escavação prevista, caso não seja encontrada nenhuma prova nesta quinta, é mais complexa. O local fica em área aberta, próximo da casa, mas ainda precisamos estudar mais o trecho e não tem data definida", disse o delegado responsável pelo caso, Fábio Cabett.
A outra possibilidade que será investigada pela Polícia Civil é a de que Marco Aurélio possa estar vivo e hoje esteja em situação de rua. Há depoimentos de que ele foi visto em Taubaté em mendicância.
A família encomendou de peritos uma imagem envelhecida do escoteiro, com características de morador de rua e usa para tentar encontrá-lo (veja abaixo). Para esta linha de investigação, a polícia acionou as penitenciárias da cidade, equipes da Polícia Civil e Militar.
Esta linha é também o que acredita a delegada Sandra Vergal, responsável pela investigação do caso à época.
O PAI – Ivo Simon, hoje com 82 anos, diz que sempre insistiu na busca por respostas sobre o filho, mas que desde a reabertura do caso tem revivido a dor do dia do desaparecimento. “É uma tortura mental. Eu estou vivendo essa tragédia como se fosse de novo o primeiro dia. O que aconteceu? Imagina se ali nessas buscas estiverem ossos do meu filho, vamos ter que passar pela angústia da espera pelo DNA. E quem matou? Não vamos ter como saber. É uma tortura mental que se arrasta há 36 anos”, disse ao G1.
“Nós sofremos demais com todo esse processo e destruiu a nossa família. Todos os sonhos que nós tínhamos. Vivemos em função dessa busca”, diz. A esposa de Ivo morreu há seis anos depois de uma série de problemas de saúde, agravados pela situação. Hoje, aos 82 anos e depois de inúmeras cirurgias no coração, ele segue sozinho em busca de respostas.
DESAPARECIMENTO – O escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu depois de seapara-se de outros três amigos, todos com 15 anos à época quando faziam uma trilha. Eles estavam acompanhados de um líder e tentavam alcançar o cume do Pico dos Marins, a 2.420 metros — é o segundo ponto mais alto do estado de SP.
No caminho, um deles torceu o pé e o líder autorizou que Marco Aurélio voltasse sozinho ao acampamento para pedir ajuda. O grupo se perdeu e, quando chegou ao local, encontrou a mochila de Marco Aurélio, mas o adolescente não estava lá.
Foram 28 dias de buscas com policiais de diferentes corporações, além de mateiros, alpinistas, especialistas e aeronaves.