ECONOMIA | ALIMENTAÇÃO
Cesta básica fica mais cara em 15 capitais; "Salário-mínimo deveria ser R$ 5,5 mil", para comprar
O trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em julho, 55,68% do salário para comprar alimentos básicos
Campo Grande (MS) registra novo aumento no preço da cesta básica. Em julho a cidade teve alta de 3,89% nos preços, assim como: Fortaleza (3,92%), Aracaju (3,71%), Belo Horizonte (3,29%) e Salvador (3,27%). O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), diz que para comprar cestas nos preços atuais, o trabalhador deveria receber a R$ 5.518,79 de salário-mínimo. O salário deveria então ser 5,02 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00.
A capital sul-mato-grossense acumulou alta nos preços nos primeiros 4 meses de 2021, em maio teve recuo, assim como em junho, mas voltou a ter alta neste mês. O levantamento DIEESE analisou a situação dos preços da cesta em 17 capitais brasileiras.
Em julho o custo médio da cesta de alimentos subiu em 15 cidades e diminuiu em duas. As capitais que tiveram queda foram João Pessoa (-0,70%) e Brasília (-0,45%).
A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 656,92), seguida pela de Florianópolis (R$ 654,43) e pela de São Paulo (R$ 640,51). Entre as cidades do Norte e Nordeste, as que apresentaram menor custo foram Salvador (R$ 482,58) e Recife (R$ 487,60).
Ao comparar julho de 2020 a julho de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os percentuais oscilaram entre 11,81%, em Recife, e 29,42%, em Brasília.
Nos primeiros sete meses de 2021, 14 capitais acumularam altas, com taxas entre 0,04%, no Rio de Janeiro, e 14,71%, em Curitiba. As reduções foram observadas em Belo Horizonte (-3,35%), Brasília (-1,60%) e Goiânia (-0,30%).
Com base na cesta mais cara que, em julho, foi a de Porto Alegre, o DIEESE estima que o salário-mínimo necessário deveria ser equivalente aos R$ 5,5 mil. “O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em junho, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o piso em vigor”, explica o DIEESE.
Quando se compara o custo da cesta com o salário-mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em julho, 55,68% (média entre as 17 capitais) do salário-mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em junho, o percentual foi de 54,79%.
Capital
Valor da
cesta
Variação mensal (%)
Porcentagem do Salário Mínimo Líquido
Tempo de trabalho
Variação no ano (%)
Variação em 12 meses (%)
Porto Alegre
656,92
2,27
64,56
131h23m
6,70
28,50
Florianópolis
654,43
1,40
64,32
130h53m
6,31
25,36
São Paulo
640,51
2,19
62,95
128h06m
1,43
22,06
Rio de Janeiro
621,34
0,34
61,07
124h16m
0,04
22,86
Curitiba
619,83
0,20
60,92
123h58m
14,71
17,81
Vitória
612,45
0,19
60,19
122h29m
2,03
26,33
Campo Grande
588,84
3,89
57,87
117h46m
2,14
22,73
Brasília
582,35
-0,45
57,23
116h28m
-1,60
29,42
Fortaleza
562,82
3,92
55,31
112h34m
5,21
23,77
Goiânia
562,13
1,93
55,25
112h26m
-0,30
18,88
Belo Horizonte
549,49
3,29
54,00
109h54m
-3,35
18,15
Belém
522,66
0,80
51,37
104h32m
4,35
18,52
Natal
506,51
1,26
49,78
101h18m
10,40
17,61
João Pessoa
492,30
-0,70
48,38
98h28m
3,60
17,85
Aracaju
488,42
3,71
48,00
97h41m
7,78
24,36
Recife
487,60
0,76
47,92
97h31m
3,88
11,81
Salvador
482,58
3,27
47,43
96h31m
0,73
16,22
Fonte: DIEESE