DIA DE FINADOS | CAMPO GRANDE
Dia de Finados: filha encontra capela dos pais depredada em Campo Grande
Filha foi até cemitério acender uma vela em homenagem aos pais neste Dia de Finados
Maria Benitez esteve no Cemitério Santo Amaro, na Avenida Presidente Vargas em Campo Grande (MS), para visitar o túmulo dos pais, na manhã desta terça-feira (2.nov.21), Dia de Finados, mas no local teve uma surpresa negativa. "Não sei qual a intenção, a única coisa que está faltando lá dentro é uma cadeira de fio. Uma situação difícil, desagradável... sendo que aqui a gente paga, não foi nada de graça, para estar nessa situação. A gente chega aqui para acender uma vela e encontra isso aqui tudo espedaçado”, introduziu.
De acordo com a moradora da Vila Planalto, a força usada para retirar a porta é assustadora.“Eu cheguei aqui estava sem cadeado... eu estou achando que eles queriam era levar a porta, porque quebraram o cadeado. Se queriam a cadeira de fio era só entrar e pegar, depois de quebrar o cadeado”, comentou Maria.
Maria cobrou um zelo do local por parte da administração pública, já que apesar de ser cemitério público, tudo no local é custeado com dinheiro extra, aplicado pela família. “Eu acredito que eles deveriam deixar alguém aqui para cuidar, isso aqui custou dinheiro para gente! Olha, nada foi de graça, nada foi barato, compramos as gavetas, tudo pago direitinho”, completou.
A mãe de Maria chama-se Angela Benites, que faleceu em 2009, ano em que a capela foi construída. Já o pai, Claudio Benitez, faleceu em 2016. "Todo ano eu venho aqui. Ano passado que não deu, por causa da Covid, mas minhas irmãs vieram e estava tudo normal. A cadeira de fio que ficava aqui dentro era usada por uma delas, que é idosa e quando vem precisa se sentar", explicou.
Pela sujeira que se acumulou no interior da capela, Maria acredita que a depredação ocorreu já fazem dias. "E ninguém da nossa família foi avisado. Isso aqui, pela sujeira que está, parece que já fazem dias. Vai saber quanto tempo? Quem cuida aqui deveria ater visto isso aqui antes", opinou.
Os familiares irão registrar um Boletim na Delegacia. “Vamos até a delegacia, porque isso aqui é crime, depredação. E tem que os responsáveis por cuidar desse local, cuidar de verdade, porque era para eu lembrar dos meus pais hoje aqui, não vir aqui e ter que lidar com esse tipo de coisa, numa situação desrespeitosa dessas”, disse.
Apesar da situação, Maria seguiu com o ritual prestado em homenagem aos pais, já que isso foi o que motivou ela a caminhar da Vila Popular até o Cemitério. "Vou acender a vela aqui mesmo assim, porque saí de casa cedo e vim a pé para fazer isso, em homenagem aos meus queridos pais", finalizou. A caminhada dela é de uma distância total de 12 quilômetros de ida e volta.
Ao percorrer pelo cemitério a reportagem notou outras capelas depredadas, com vidraças estilhaçadas e portas forçadas.
No Cemitério Santo Amaro havia alguns funcionários da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), questionamos um deles sobre a quem é conferida a responsabilidade para evitar que as caaapelas sejam depredadas, ele informou que a responsabilidade é da Guarda Civil Municipal.
A Superintendência do Comando da GCM é vinculada a Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes), que respondeu à reportagem por meio do secretário Valério Azambuja. "A Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social- Sesdes faz rondas permanentes nos três (03) cemitérios públicos da Capital", disse. E completou orientando o que se deve fazer se passar por uma situação como a de Maria. "Eventual prejuízo causado por vândalos/ladrões registrar Boletim de Ocorrência na Delegacia Polícia Civil. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos - SISEP deverá ser informada sobre depredação para reparar/conserto de sepulturas".
O MS Notícias entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) cobrando informações sobre a reparação da porta da capela dos pais de Maria, depredada dentro do cemitério público. Devido ao feriado neste dia, a Sisep não respondeu o nosso questionamento até a publicação da reportagem.
