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ELEIÇÕES 2022 | LULA

Lula: "Quer proclamar ao mundo que o Brasil pode estar de volta à cena internacional"

'O Brasil não é Bolsonaro'; veja a entrevista de Lula a um dos maiores jornais espanhóis

ula da Silva posa depois da entrevista no hotel Wellington, na rua Velázquez. FOTO: LUIS SEVILLANO | EL PAÍS

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva repete várias vezes sua idade, 76 anos — uma idade na qual um homem não pode odiar, nos diz —, mas afirma estar com a energia de alguém muito mais jovem. E de fato, vem de uma jornada exaustiva em Madri e de uma esgotadora viagem pela Europa, que antes o levou a Berlim, Bruxelas e Paris.

Apesar de toda essa agitação, responde desde a primeira pergunta com a paixão de quem quer proclamar ao mundo que o Brasil pode estar de volta à cena internacional a partir das eleições que do ano que vem. Essa é a mensagem que deseja transmitir em sua visita à Europa: o Brasil não é Bolsonaro. 

Lula abriu a entrevista comparando como estava o Brasil em 2010 e como está hoje. — Brasil estava numa situação de crescimento econômico e de respeitabilidade. O que nós estamos vendo hoje é que o Brasil está quebrado —.  

De acordo com o presidente só não confirmou ainda sua candidatura por não depender apenas de sua vontade.  — Eu tenho que construir com outras pessoas e com outros partidos um programa para o Brasil —.  

Ao responder sobre a política de combate a fome que era mantida por seu governo, Lula disse que pretende trazer algo melhor que o bem-sucedido "Fome Zero" e disse que apesar de ter algum apoio, Bolsonaro não representa o brasileiro comum. — O Brasil pode ser melhor, o Brasil não é o Governo atual. O Governo atual, de fato, não representa a alma do povo brasileiro —.  

Lula explicou que a anomalia política mundial levou pessoas a destinar seus votos à Bolsonaro. — Vivemos um momento de anomalia na política mundial. O eleitor brasileiro votou em Bolsonaro pelas mesmas razões que o eleitor americano votou no Trump. Foi um momento de desajuste emocional de uma parte da humanidade —. 

Apesar de ter sido preso por esquema 'judiciário' montado pelo ex-juiz, ex-ministro e agora candidato Sergio Moro, Lula diz não ter vontade de se vingar do adversário. — Ninguém pode querer governar para se vingar. Minha obrigação é tentar resolver os problemas do povo brasileiro.Quero contar uma coisa: eu comi pão pela primeira vez quando tinha sete anos. Minha mãe saiu de Pernambuco, andamos de caminhão durante 13 dias, 2.000 quilômetros até chegar a São Paulo para tentar vencer a fome, e eu consegui vencer. Então agora a única razão pela qual posso ser candidato e agradeço a Deus estar vivo e com saúde é porque tenho consciência de que posso ajudar o povo pobre do país. Posso ajudá-lo a trabalhar, a comer e a ir para a universidade. Já fizemos isso —.  

Apesar da queda momentânea de Trump, Lula disse que o populismo, o radicalismo de direita e o fascismo não estão numa fase descendente.  — Estão cada vez mais agressivos e crescem em vários pontos  —. 

FONTE: VEJA A ENTREVISTA COMPLETA NO EL PAÍS.