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CIÊNCIA | ALIMENTAÇÃO

Pó de rocha pode ser trunfo do Brasil para produtividade nas lavouras

Pesquisadores visitam mineradoras em MS

Pesquisadores observam mineradoras em Mato Grosso do Sul como trunfo ao país. Foto: Reprodução

O uso do pó de rocha – ou remineralizadores de solo – pode ser mais um importante trunfo do Brasil para garantir a fertilidade do solo, conseguir produtividade nas lavouras e ampliar a capacidade de retenção de carbono, dessa forma contribuindo para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do milênio estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O tema foi abordado na palestra Uso de Remineralizadores de Solo apresentada na tarde desta terça-feira (7.dez.21) pelos pesquisadores Magna Bergmann e Cesar Martoreli da Silveira.

A palestra foi proferida para um público seleto de técnicos e empresários do ramo de mineração, no auditório do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e transmitida ao vivo pela página da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) no Facebook.

O secretário da Semagro, Jaime Verruck, fez a abertura do evento afirmando que a tecnologia é bem-vinda e se junta aos esforços dos produtores rurais para garantir solo fértil, produtividade e produção sustentável.

Secretário Jaime Verruck (C) durante palestra. A geóloga e pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro, Magna Bergmann (D) e o professor doutor em Produção Vegetal pela Unesp de Jaboticabal (SP), Cesar Martoreli da Silveira. Foto: Reprodução 

Magna Bergmann é geóloga, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro e fez uma explanação aprofundada sobre as propriedades das diferentes rochas disponíveis no país e no Estado, as técnicas necessárias e a possibilidade do uso desse insumo como corretivo e fertilizante do solo.

O professor doutor em Produção Vegetal pela Unesp de Jaboticabal (SP), Cesar Martoreli da Silveira, apresentou estudos mostrando os efeitos do pó de rocha no melhoramento do solo. Ele já testou o insumo no cultivo de milho, soja, amendoim e cana-de-açúcar, sendo que essa última cultura foi testada em lavoura, apresentando índices satisfatórios de fertilidade.

A ideia é aproveitar o subproduto das mineradoras. Foto: Reprodução  

A ideia é aproveitar o subproduto das mineradoras – que acabam gerando montanhas de resíduos de rochas – para aplicar nas lavouras e promover a reestruturação do solo para garantir uma fertilidade mais duradoura do que a obtida com a aplicação de insumos industriais como o NPK, explica Magna Bergmann. O pó de rocha não é capaz, sozinho, de substituir o uso de fertilizantes industriais num primeiro momento, porém o uso prolongado pode levar o solo a uma regeneração que forneça a maior parte ou todos os nutrientes que a planta necessite.

A palestra foi proferida para um público seleto de técnicos e empresários do ramo de mineração, no auditório do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Foto: Reprodução | Semagro 

“As pesquisas criam oportunidades para que possamos avançar”, ponderou o professor Cesar Martoreli.

Os resultados já obtidos apontam para vantagens seguras tanto aos produtores, como para os mineradores (que encontram um interessante filão para comercializar esse subproduto), quanto para o meio ambiente, já que o pó de pedra demonstra mais eficiência na retenção de carbono e numa reestruturação do solo que garanta fertilidade por um período mais longo do que com o uso dos fertilizantes convencionais.

Os pesquisadores continuam no Estado, visitando mineradoras e propriedades rurais para aprofundar as análises e estudos com o pó de rocha aplicado especificamente no solo do Estado.

Texto de João Prestes.