ELEIÇÕES 2022
Quaest mostra Lula com 46% dos votos e Bolsonaro surta
Em um mês, Lula cresceu 4 pontos e Bolsonaro caiu
A Genial-Quaest de junho, divulgada nesta terça-feira (8.jun.22), mostra que Lula (PT) detém 46% dos votos e seria hoje o 39º presidente da 6ª República Brasileira. O seu adversário, Jair Bolsonaro (PL), teria apenas 30% dos votos na pesquisa estimulada e deixaria a cadeira se as eleições fossem hoje. Em um mês, Lula cresceu 4 pontos e Bolsonaro caiu.
Com esse resultado, Lula seria eleito presidente no primeiro turno, já que supera a soma de todos os demais candidatos.
Para ganhar no primeiro turno, é necessário que o candidato some 50% dos votos válidos mais um. A votação será em 2 de outubro — o segundo turno está previsto para o dia 30 do mesmo mês.
Apesar do atual mandatário atacar as pesquisas para inflar seus apoiadores, não há, nesse momento, uma boa estimativa eleitoral para Jair Bolsonaro, e isso o faz reagir com gritos e ofensas à imprensa, ao Judiciário e todos aqueles que não fechem os olhos para os números das pesquisas eleitorais.
Antes da Genial-Quaest, o Datafolha havia mostrado a situação atual do presidente, revelando que ele precisa subir para que ocorra de fato um 2º turno.
No documento desta terça, a Quaest registrou duas mil entrevistas presenciais entre os dias 2 e 5 de junho, e a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Além da Quaest, hoje o PoderData também divulgou uma pesquisa, mostrando Lula com 43% dos votos contra 35% de Bolsonaro. Ainda nesse quadro mais 'favorável', Bolsonaro não teria condições de vitória.
Depois de João Doria (PSDB) desistir de disputar o Palácio do Planalto, a única representante da chamada 3ª via passou a ser a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Ela teve ampla exposição na mídia nos últimos 15 dias. O efeito, porém, foi nulo.
ESPONTÂNEO
Segundo a Quaest, 32% dos entrevistados disseram espontaneamente que votarão em Lula nas eleições de 2022, contra 20% que afirmaram que irão votar em Bolsonaro.
A 3ª via praticamente desapareceu na espontânea, apenas 1% dos entrevistados disseram que votariam em Ciro Gomes (PDT). Os demais nomes da corrida não foram sequer citados pelos entrevistados.
ESTIMULADAS
Em três cenários estimulados, Lula venceria a eleição no primeiro turno.
Com 13 candidatos na disputa, Lula teria 46% das intenções de votos, contra 30% de Bolsonaro. Ciro marca 7%. Os únicos a pontuar foram André Janones (Avante), com 2%; Simone Tebet (MDB), com 1%, e Pablo Marçal (Pros), também com 1%.
Juntos, os adversários de Lula somariam 41 pontos, menos do que o petista conquista sozinho.
Com quatro candidatos na disputa, o resultado é este:
Lula: 46% Bolsonaro: 30% Ciro: 7% Simone Tebet: 3%Caso seja trocado o nome de Simone pelo o de Janones o resultado é este:
Lula: 48% Bolsonaro: 30% Ciro: 9% Janones: 3%A vantagem de Lula sobre Bolsonaro é de 16 ou de 18 pontos. No Datafolha, divulgado dia 26, era de 21 (48% a 27%).
Consideradas as margens de erro, os dois institutos chegaram ao mesmo achado.
SEGUNDO TURNO
Num eventual e único cenário possível de segundo turno, Lula teria uma vantagem de 22 pontos sobre Bolsonaro. O pré-candidato do PT aparece com o mesmo percentual do mês passado; Bolsonaro oscilou dois pontos para baixo.
O PREFERIDO
A Quaest sempre pergunta quem é o preferido do eleitor para vencer a disputa: 47% responderam que é Lula, e 28%, que é Bolsonaro. Só 19% dizem nem um nem outro.
Dos que votam em Lula, 76% afirmam ser uma decisão definitiva. Dizem que podem mudar se acontecer alguma coisa apenas 23%. Os convictos de Bolsonaro são 71%, e 28% ainda veem chance de mudança.
SEGUNDA OPÇÃO E VOTO ÚTIL
Ciro Gomes aparece como a segunda opção de voto para 26% dos entrevistados. Mas 38% do seu eleitorado dizem que poderiam votar no petista para lhe garantir a vitória no primeiro turno. O voto útil é o que o pedetista mais teme, daí que tenha intensificado os ataques ao ex-presidente. O risco é colher um resultado contraproducente, espantando eleitores.
Do total dos entrevistados, 27% dizem que poderiam mudar o voto para assegurar a vitória de Lula já no dia 2 de outubro.
OS MEDOS DOS ELEITORES
O instituto quis saber também o que o eleitor mais teme: 52% disseram ser "a continuidade Bolsonaro" no poder. 35% responderam que temem "a volta do PT". Dizem temer a ambos 5%.
MERECIMENTOS E REJEIÇÕES
A Quaest mostra que 62% disseram que Bolsonaro não merece um 2º mandato consecultivo. No mês passado, eram 58%. No revés, 54% disseram que Lula merece voltar a ser presidente (eram 53% em maio).
O atual presidente segue sendo o mais rejeitado: 60% dizem não votar nele de jeito nenhum. Em segundo lugar, está Ciro, com 52% (55% em maio). A rejeição a Lula caiu de 43% para 40%.
GOVERNO BOLSONARO
Para 47% dos entrevistado Jair Bolsonaro faz um governo ruim ou péssimo. Para 26%, é regular, e 25% dizem ser bom ou ótimo.
Consideram o atual presidente pior do que esperavam 54%. O índice subiu seis pontos em relação ao mês passado. Afirmam não ser nem melhor nem pior 27%. E há 20% para os quais ele é uma surpresa positiva -- no mês passado, 20%.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Quaest não traz boas notícias para Bolsonaro e para postulantes à vaga de candidatos "nem-nem". O presidente e o Centrão apostam na lambança dos combustíveis — soltar uma Eletrobras pelo escapamento — e em furar o teto já furado para reverter o quadro eleitoral.
A economia é o principal problema do país para 44% — 23% dos quais apontam especificamente a inflação. O eleitor parece atento ao noticiário: saltou de 34% para 46% os que se dizem muito preocupados com a Covid.
Também não é uma boa notícia para um presidente que, segundo 63%, mais errou do que acertou no combate à pandemia. Nesta terça, Bolsonaro teve mais um surto golpista. Até agora, tem-se revelado um tiro no pé.