NOVOS CENÁRIOS
Com Rose, MS ajuda a ampliar base de sustentação lulista
Além do União Brasil, o Republicanos e o PP reforçam coalisão que muda relação de forças para 2024
A ex-vice-governadora, ex-deputada federal e agora atual superintendente Especial de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Rose Modesto, ganhou com a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), o direito de presidir a Executiva Estadual do União Brasil. Rose, cuja indicação para a superintendência foi conduzida pelo deputado federal Vander Loubet (PT), um dos interlocutores nacionais de ponta que cumprem papéis estratégicos para o presidente Lula, agora está autorizada para recompor o União Brasil orgânica e politicamente no Estado.
Dessa forma, o partido de Rose se alinha efetivamente com seus quadros na base de sustentação do presidente Lula e encorpa a musculatura governista, que vem ganhando reforços importantes de partidos antes localizados à direita e centro-direita. Entre os exemplos desse deslocamento estão o PP de Arthur Lira (AL), presidente da Câmara dos Deputados; o Republicanos, do deputado Silvio Costa Filho (PE), cotado para chefiar o Ministério dos Esportes; e o recém-nomeado ministro do Turismo, Celso Sabino, do União Brasil.
Para garantir seus direitos na militância do União Brasil, Rose precisou recorrer à Justiça e contra-atacar as manobras de adversários que vinham tentando controlar a legenda. Ela conseguiu, por meio de seus advogados, demonstrar judicialmente que a convenção realizada pelo partido em abril, impedindo-a de presidi-lo, não possuía suporte legal e deveria ser anulada. No desfecho sacramentado pelo TJMS, Rose ficou com a presidência e a partir de agora a sigla põe mais um de seus braços estaduais no território político liderado por Lula.
PEÇA FUNDAMENTAL
O deputado Vander Loubet (PT), que é o coordenador da bancada federal em Brasília, não tem qualquer dúvida da importância do União Brasil neste contexto. Avalia que além de fortalecer a estratégia de governabilidade, o partido será uma peça fundamental nas eleições municipais de 2024. “O que é essencial ressaltar: o presidente Lula quer uma coalizão ampla, porém legítima e transparente, porque assim é possível governar com todos e para todos, sem polarizações descabidas”, afirmou. “Além do União Brasil, a nossa base está acolhendo forças que não começaram conosco, como o Republicanos e o PP”, acrescentou.
A migração de lideranças e siglas antes ancoradas no bolsonarismo segue avançando, segundo Loubet. Alinhados no curso das articulações que vêm abrindo espaços para a chegada de novos reforços, Loubet, Rose e várias lideranças — entre elas o ex-governador e deputado estadual Zeca do PT — atuam fortemente para que a governabilidade ganhe renovadas energias em Mato Grosso do Sul.
Acreditam, inclusive, que o elenco de reforços atraia até ex-bolsonaristas. “Muita gente que apoiou outros candidatos, hoje está se convencendo que a realidade nacional vem mudando para melhor, reavalia as suas posições e constata a grandeza das políticas públicas de Lula pela inclusão social e a retomada do crescimento econômico, além da imagem internacional de um Brasil saudável, progressista, construtivo e confiável diante de todos os povos”, acentuou Loubet.
No primeiro turno das eleições presidenciais, as parcerias partidárias do PT se limitavam ao PCdoB, PV e PSB. No segundo turno já aconteceram as primeiras revoadas, isoladamente, de lideranças que apoiaram candidatos de outros partidos. Depois da eleição de Lula foi então deflagrado o êxodo, em princípio a conta-gotas, mas crescendo a partir do momento em que filiados de peso e partidos como o União Brasil, Republicanos e parte do PP se mostraram propensos a ingressar no exército do governo lulista.
Se esta combinação prosperar e avançar até 2024, os mosaicos sucessórios inevitavelmente serão alterados, acredita Loubet. “Porém, o que mais interessa agora é dar solidez à governança, tanto do País como do nosso Estado. E a Rose, na Sudeco, com sua liderança, é uma das melhores e mais sólidas garantias que Mato Grosso do Sul tem neste cenário”.
