CORINTHIANS X BAHIA
"Tragédia futebolística", diz Mano Menezes sobre 5X1
Técnico exime atletas e usa palavras como "vexatório" e "doloroso"
Mano Menezes, treinador do Corinthians, expressou na noite desta 6ª feira (24.nov.23), em coletiva à imprensa, sua frustração em relação à goleada de 5X1 conquistada pelo Bahia sobre o clube paulista na Neo Química Arena. Mano usou várias palavras como "vexatório", "doloroso" e até "tragédia futebolística" para descrever a derrota.
Além disso, ele assumiu a maior parte da responsabilidade pela derrota e reconheceu que sua ideia de jogo foi errônea. O técnico explicou que a equipe não conseguiu executar sua ideia de jogar com três zagueiros, mesmo tendo trabalhado nessa ideia desde o início da preparação tática. Ele também explicou que a equipe não conseguiu atacar com dois atacantes centralizados para ter força ofensiva, que era uma das ideias que ele tinha para o jogo. Ele também admitiu que a equipe não conseguiu competir e jogar futebol da maneira que eles costumam jogar, e que a responsabilidade pela derrota recai sobre ele como treinador.
Mano defendeu que a equipe precisa assumir a responsabilidade pela derrota e que isso não tem nada a ver com outras questões. Ele prometeu que a equipe fará melhor no futuro e que apagará a derrota da lembrança. Apesar disso, também reconheceu que a derrota de 5 a 1 será lembrada como um capítulo especial na história do Corinthians.
Veja tudo que disse técnico do Corinthians:
Mano Menezes assumiu a responsabilidade pela derrota do time, dizendo que escolheu uma ideia que não funcionou e que teve que ser trocada:
"Tudo deu errado. Não salvamos nada de um jogo como este. Começamos com uma ideia escolhida pelo treinador que não se sustentou, não se justificou e que teve que ser trocada com 20 minutos. Não precisa falar mais nada, o treinador está assumindo a parte dele de que a ideia não funcionou. Temos que pedir desculpas mesmo. Nunca passei por isso dentro de casa como treinador. Foi muito doloroso para gente, nunca tivemos em condição de entregar algo melhor no jogo. Quando acontece isso e termina do jeito que terminou, a maior responsabilidade é do treinador".
O técnico explicou que a equipe trabalhou a ideia de jogar com linha de três desde o início da preparação tática, mas não executou bem durante o jogo. O Bahia esperou o erro do time e não conseguiu resolver o jogo com pressa:
"12 dias sem jogo e sistema com três zagueiros. Trabalhamos a ideia de jogar com linha de três desde o início da preparação tática, mesmo que o adversário tenha vindo diferente do que poderia vir — porque não veio com atacante definido. A gente deveria ter executado melhor porque sabíamos, mais ou menos, o que eles poderiam fazer. O Bidu e o Fagner eram para ser os alas, como iniciamos em Porto Alegre, mas penso que pegávamos a bola e queríamos resolver o jogo com pressa e correndo muito em direção ao gol do Bahia. Eles esperaram a gente errar, e a gente errou bastante. Tomamos gol cedo, isso sempre é ruim, mas a partir daí nada funcionou".
Mano Menezes declarou que a importância de jogar futebol e competir em jogos deve esquecer eventos trágicos:
"Em jogos que fogem completamente do contexto de um jogo, você apaga. Não podemos levar em consideração uma tragédia futebolística porque ela não faz parte da regra do que fizemos até aqui desde que cheguei. Já perdemos, mas perdemos jogando futebol e competindo. Não foi o que aconteceu hoje".
O técnico comentou sobre o uso de uma linha de três jogadores e a dificuldade da equipe em atacar com dois atacantes centralizados:
"O Bahia também jogou com a linha de três, o problema não está aí, é na execução. A gente tem algumas dificuldades de lado. O adversário ia jogar com um ala longe dos nossos jogadores, então era melhor termos um ala para bater ala contra ala. A questão é que não funcionamos bem e não conseguimos atacar com dois atacantes mais centralizados para ter força ofensiva — que era a ideia. Não conseguimos construir tão bem a partir de um determinado momento porque perdemos toda a tranquilidade".
Para Mano, a equipe não teve um bom desempenho e, apesar de uma melhora no segundo tempo, não conseguiram evitar o resultado devido a uma série de coisas, inclusive as escolhas dele como técnico. "Falar sobre isso, agora, não tem valor nenhum porque o ambiente tem completa razão depois do que apresentamos. As coisas não andaram. Voltamos no 2° tempo melhor, ficamos com a posse e tentamos chegar até o 3 a 1, mas aí já entramos um pouco no desgaste que temos que cuidar. Tem uma série de coisas. Na minha opinião, ao iniciarmos e produzirmos mal, tudo o que se pensou para o futuro deu errado e por isso terminou 5 a 1".
Mano Menezes assumiu a responsabilidade do fracasso dizendo que farão mais avaliações."Seria muito cômodo para mim dizer que não teve entrega. Quando taticamente as coisas não funcionam, parece que não teve entrega, mas não foi isso. A responsabilidade maior é minha, e não é demagogia nenhuma, eu pensi isso. Já disse isso a eles. É o que vai ser a tônica daquilo que vamos avaliar deste jogo", avaliou Mano Menezes.
O confronto entre Corinthians e Bahia foi às véspera da eleição presidencial e do Conselho Deliberativo do Timão, mas Mano avalia que isso não foi a maior causa do desempenho ruim da equipe e que o clube deve seguir sua vida sem misturar os assuntos.
"A proximidade da eleição pode estar mais presente, mas sempre conseguimos trabalhar sem a interferências de coisas externas no nosso dia a dia. Não acho que tenha sido a maior causa daquilo que não fizemos. O clube vai seguir sua vida como tem que seguir. Eu não quero misturar os assuntos. Temos que assumir nossa responsabilidade dentro de campo daquilo que não fizemos. Foi por isso que perdemos a partida da maneira que perdemos e por isso tivemos uma derrota vexatória dentro de casa"
Confiança do treinador do Corinthians na equipe. "Não tenho dúvida de que vamos ter um desempenho melhor porque é impossível fazer pior do que o que fizemos. Vamos apagar isso em termos esportivos. Vamos carregar para a história porque essas coisas ficam marcadas, mas na terça que vem, certamente, voltamos a ser o Corinthians que fomos nos últimos dias."
Ele não culpou a ausência de Alessandro e afirmou que conversou com as pessoas necessárias sobre o assunto. "Seria muito aproveitador da minha parte tomar 5 a 1 e transferir a responsabilidade para outras questões. Não está aí o 5 a 1. O Alessandro não está aqui porque está suspenso, vamos esclarecer isso. Ele sempre esteve aqui, e se não estivesse suspenso, estaria aqui. Já conversamos lá dentro com quem temos que conversas. A questão não é essa. É vir aqui e assumir a responsabilidade pela derrota vexatória que tivemos. Isso não tem a ver com outras coisas que não seja o que aconteceu ali dentro. O torcedor, em outros momentos, já se manifestou do jeito que entende que precisa se manifestar. Já passamos por situações como esta e não tivemos a derrota que tivemos. O aspecto da derrota vai ficar limitado ao jogo que fizemos, que foi muito ruim, o Bahia tem seus méritos, mas é óbvio que o Corinthians ser goleado por 5 a 1 dentro da sua casa, temos que assumir nossa responsabilidade."
A questão do futebol não é matemática. "Cada um vai assumir seu papel. Eu estou aqui para assumir minha parte, é isso que devo fazer, com transparência, porque a ideia não foi boa, não funcionou a tal ponto de ser goleado. Temos que entender que, em um 5 a 1, a primeira parte sempre é aquilo que você pensou para o jogo e que, desde o início, não funcionou bem".
Vestiário abalado. "Ainda não conversei com os jogadores, vou conversar só depois da coletiva. Vocês devem imaginar como é um vestiário como você toma 5 a 1, é assim que ele está." Futuro. "Nós vamos continuar trabalhando da maneira como estamos trabalhando e com as boas condições que temos de trabalho. Nosso dia a dia é adequado. Não executamos bem por nossa culpa".
Razão de torcedor. "Itaquera faz parte da história recente vencedora do Corinthians. Você não tem uma passagem tão dura como o Pacaembu fazia parte no passado, quando cheguei na primeira vez. Tudo isso é novo, o torcedor é um pouco diferente. Nada se justifica o que aconteceu hoje. O que aconteceu hoje vai entrar em um capítulo especial, pertence a este jogo e tudo que o torcedor fizesse hoje ele estaria coberto de razão".
*Com UOL
