MS Notícias

CAOS NA SAÚDE

Fila de espera para exame neurológico escancara falhas na saúde na Capital

Mais de mil pacientes aguardam eletroencefalograma no SUS

Fachada da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) - Reprodução

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar a demora excessiva na realização de exames de eletroencefalografia (EEG) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campo Grande. A medida foi tomada pela 76ª Promotoria de Justiça da Saúde Pública após denúncia do cancelamento, sem justificativa, do exame de um paciente com epilepsia fármaco-resistente.

Durante a verificação do caso individual, o MPMS identificou um problema mais amplo: uma fila de espera com 1.142 pacientes à espera do exame, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). A solicitação mais antiga data de 9 de setembro de 2023.

A demanda foi formalizada pela Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), que apontou deficiências no atendimento de pacientes com doenças neurológicas. Os exames de EEG são fundamentais para o diagnóstico e acompanhamento de casos como epilepsia.

“É essencial que Estado e Município adotem medidas concretas para garantir o acesso a diferentes tipos de eletroencefalograma”, afirmou o MPMS, ao citar exames realizados em vigília, sono induzido e com mapeamento cerebral.

De acordo com a Sesau, atualmente apenas a Santa Casa e o Hospital Nosso Lar realizam o exame pelo SUS em Campo Grande. A pasta também informou que o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) passou a integrar o programa MS Saúde, iniciativa estadual para ampliar a oferta dos exames, embora a unidade não esteja sob gestão municipal.

O Ministério Público considera urgente a adoção de providências por parte da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde para resolver o gargalo no atendimento.