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EXTREMISTAS DE DIREITA

"Patriotas de papel": bolsonaristas de MS celebram ataque de Trump ao Brasil

Família Bolsonaro conspira, de novo, contra próprio país

Bolsonaristas celebram ataques de Trump a soberania brasileira. Fotos: Reproduções

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou a Justiça brasileira em uma tentativa clara de livrar Jair Bolsonaro das consequências pelos crimes que cometeu — entre eles, a articulação de um golpe de Estado no Brasil. Em meio aos delírios, Trump ainda anunciou uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras.

A medida tem como objetivo pressionar o país a abandonar as investigações e possíveis punições contra os Bolsonaros — pai e filhos — pelo envolvimento em atos contra a democracia brasileira.

Mesmo diante de um cenário que ameaça causar prejuízos econômicos diretos à população, parlamentares bolsonaristas de Mato Grosso do Sul celebram com entusiasmo o apoio do republicano à causa: livrar Jair Bolsonaro de responder por seus crimes.

'PATRIOTAS DE PAPEL' DE MS 

Os mesmos que se autoproclamam “patriotas” agora exaltam uma figura internacional interferindo diretamente na justiça brasileira — e ainda atacam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por rebater a intromissão.

A senadora Tereza Cristina (PP) e os deputados Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL), mais conhecido como “Gordinho do Bolsonaro”, reagiram como torcedores de torcida organizada ao comentário de Trump em defesa do aliado. Em vez de se preocuparem com os indícios de golpe revelados pela Procuradoria-Geral da República, preferiram bater palmas para o republicano — como se a soberania brasileira estivesse à venda no balcão das redes sociais.

Na publicação, feita na Truth Social, Trump afirmou que o Brasil estava cometendo uma “coisa terrível” contra Bolsonaro, prometendo “acompanhar de perto a caça às bruxas” contra o ex-presidente, sua família e apoiadores. Um recado direto — e impróprio — para uma nação soberana, com sistema judiciário próprio e leis que, ao que tudo indica, começam a cobrar sua fatura.

Lula respondeu sem rodeios: “Esse país tem lei, esse país tem regra, esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida e não na nossa”. A reação, vista como legítima por muitos, foi atacada com indignação performática por bolsonaristas.

Tereza Cristina, ex-ministra de Bolsonaro, correu para acusar Lula de hipocrisia. Disse que ele não pode criticar Trump por “interferência” após ter defendido Cristina Kirchner na Argentina. Comparação questionável, no mínimo — Kirchner foi condenada sem provas concretas por um tribunal altamente politizado, ao passo que Bolsonaro enfrenta cinco acusações formais pela tentativa de golpe de Estado no Brasil, com base em provas documentais, vídeos, mensagens e confissões.

Já Luiz Ovando, médico e deputado, decidiu dar aula de diplomacia ao presidente da República. “Lula erra ao responder Trump com hostilidade e militância”, escreveu. O mesmo Ovando que vota sistematicamente contra medidas sociais e já espalhou desinformação durante a pandemia agora se diz preocupado com o tom das relações exteriores.

Marcos Pollon, líder da bancada armamentista na Câmara, compartilhou um post do foragido da Justiça brasileira Allan dos Santos, atualmente nos Estados Unidos.

Já Rodolfo Nogueira foi mais genérico e romântico: “Unidos pelo desejo de um futuro mais seguro e democrático!”. Uma frase que soa como ironia, vindo de quem apoia um ex-presidente acusado de tentar derrubar o Estado Democrático de Direito com base em mentiras eleitorais.

A postura dos parlamentares de extrema direita de MS, expõe um dilema que já deixou de ser apenas retórico: o que significa “patriotismo” para a extrema direita brasileira? Ao que parece, significa obedecer cegamente a uma liderança carismática, mesmo que ela flerte com o autoritarismo, e aceitar com entusiasmo que um político estrangeiro tente influenciar decisões internas de outro país — desde que isso sirva ao seu projeto de poder.

No centro de toda essa disputa está Jair Bolsonaro, hoje réu em um processo que inclui os crimes de tentativa de golpe, formação de organização criminosa armada, deterioração de patrimônio público e incitação à violência. Segundo a PGR, a conspiração começou em 2021 e culminou na depredação dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Trump, que enfrenta seus próprios problemas com a Justiça norte-americana, quer se vender como defensor da “liberdade” no Brasil — mas ignora que o que está em jogo não é um desentendimento político, e sim a responsabilização por uma tentativa de ruptura democrática.

É essa a democracia que os “patriotas” bolsonaristas dizem defender? Uma onde políticos estrangeiros opinam livremente sobre decisões judiciais brasileiras, enquanto o próprio povo brasileiro é acusado de se manifestar quando não vota como eles gostariam?

Se há uma coisa que os acontecimentos desta semana deixam clara, é que o nacionalismo da extrema direita brasileira tem bandeira, hino e discurso — mas sua fidelidade está, cada vez mais, a serviço de outro país.

FAMÍLIA BOLSONARO CONSPIRA, DE NOVO, CONTRA O BRASIL

Após ao longo de 4 anos sua família buscar ruir o sistema democrático do Brasil, o Deputado licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL), está morando nos Estados Unidos com intuito de convencer Trump e atacar a soberania brasileira afim de livrar o próprio pai dos crimes, e naturalmente sua família. 


Sua fuga para os EUA era por medo de ser preso. Em vídeo, Eduardo confessou que sua missão no país seria buscar aliados para atacar a Corte Brasileira compostas por Ministros da Justiça que Eduardo chamou de "psicopatas" e disse que sua nova "meta de vida" é buscar punições contra o ministro Alexandre de Moraes. Sem conseguir grandes medidas contra o magistrado, Eduardo busca junto a Trump afetar negativamente a economia brasileira, afim de forçar o país a oferecer anistia ao governo golpista de Jair Bolsonaro.  

“Um brasileiro que presidiu o país, está conspirando contra os interesses nacionais em proveito próprio. Isso é uma coisa muito inaceitável […] Não conheço precedente histórico de uma coisa tão vergonhosa como a atitude dessa família” , lamentou hoje, 10 de julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

BOLSONARO É RÉU

Bolsonaro e outros 33 denunciados pela PGR são acusados por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, deterioração do patrimônio público tombado e dano qualificado com uso de violência. A denúncia foi dividida em cinco núcleos para agilizar o processo e garantir julgamentos mais precisos. As penas, somadas, podem ultrapassar os 30 anos de prisão.

O processo é conduzido com base em provas colhidas ao longo de dois anos, que incluem documentos, mensagens trocadas entre militares e ex-ministros, reuniões gravadas, mapas de ação golpista e estratégias para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro. Tudo isso sob a justificativa de uma suposta “fraude” que nunca foi provada — porque nunca existiu.

A soberania nacional, como lembrou o presidente Lula, não se vende. Muito menos se terceiriza para satisfazer a ideologia de quem perdeu nas urnas e insiste em sabotar as instituições brasileiras.