CLÃ BOLSONARISTA
Bolsonaro tenta manobra na Câmara e leva rasteira de Motta
Presidente da Câmara acabou com a farra dos extremistas de direita, mostrando que a Casa de Leis não é a 'Casa da Mãe Joana'
O ex-presidente inelegível e quase presidiário Jair Bolsonaro (PL) teve frustrada sua tentativa de articular apoio político durante o recesso parlamentar. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou ato proibindo sessões entre 22 de julho e 1º de agosto, barrando reuniões das comissões controladas por aliados de Bolsonaro.
“O Presidente da Câmara dos Deputados, no uso de suas atribuições regimentais, resolve: Fica vedada, no período de 22 de julho a 1º de agosto de 2025, a realização de reuniões de comissões da Câmara dos Deputados”, diz o documento assinado por Motta.
As comissões de Relações Exteriores e Segurança Pública, palco das moções de apoio ao ex-presidente — alvo de restrições judiciais — ficaram paralisadas. A decisão de Motta, tomada minutos antes do início das sessões, surpreendeu e impediu a movimentação política do clã bolsonarista.
Com o ato, Bolsonaro desistiu de comparecer, e a confusão gerou tumultos, com deputado ferido e mobiliário quebrado. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, chamou a decisão de “ilegal” e convocou protestos, enquanto Filipe Barros promete recorrer à ONU e à OEA, alegando cerceamento.
O plano bolsonarista de usar o recesso para manter sua articulação política desmoronou, deixando a base mais enfraquecida. Hugo Motta, por ora, mantém o controle da agenda, apesar das críticas do grupo bolsonarista.
