MS Notícias

NÚCLEO CRUCIAL

"Para o general Heleno, o presidente tinha que se vacinar", diz defesa de General Heleno

"Essa reunião seria um toró de parpite, na minha terra", disse o advogado, minimizando o conteúdo do encontro

Matheus Milanez, advogado de General Heleno. Foto: TV Justiça

 

O advogado de defesa de Augusto Heleno, Matheus Milanez, foi o primeiro a se pronunciar na manhã desta quarta-feira (3 de setembro de 2025), segundo dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do Núcleo Crucial. “Para o general Heleno, o presidente tinha que se vacinar”, afirmou Milanez. “Está comprovado à rodo esse afastamento [entre Jair Bolsonaro e Heleno]”, completou.

Ao iniciar sua sustentação oral, o advogado pediu a anulação do processo por cerceamento de defesa. Alegou que a Polícia Federal disponibilizou de forma desorganizada o material apreendido durante a operação que teve o general como alvo.

Milanez também criticou a condução do interrogatório de Augusto Heleno, destacando que, enquanto o Ministério Público formulou 59 perguntas, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, fez 302.

Para sustentar a tese de afastamento entre Heleno e Bolsonaro — motivado, segundo ele, pela aproximação do ex-presidente com o Centrão —, o advogado apresentou aos ministros recortes de reportagens da revista Veja que indicariam um esfriamento na relação entre os dois.

Sobre a declaração do general Heleno, feita em 5 de julho de 2022, de que seria necessário “agir antes das eleições” ou “virar a mesa”, Milanez argumentou que, por se tratar de uma reunião fechada, “não se mediram as palavras”. “Essa reunião seria um toró de parpite, na minha terra”, disse o advogado, minimizando o conteúdo do encontro.

O advogado também mencionou a 'agenda golpista'. "Era um documento particular", disse Milanez querendo induzir que o documento não tem valor como prova, já que os detalhes da agenda não foram partilhados. "Meras alegações sem arcabouço probatório", disse se referindo ao Ministério Público Federal (MPF). 

Ele alegou que as as anotações de General Heleno, se referiam à metas eleitorais, e que alguns trechos foram ignorados pela PF.