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INQUÉRITO

Influenceres de MS são investigados por ridicularizarem pacientes de Caps

Dupla publicou vídeos no Instagram dizendo que no Caps 'só tem louco'

Imagem anexada nos autos mostra vídeo com chacota ao Caps - Reprodução

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá, instaurou um inquérito civil para apurar a ridicularização do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) em vídeo divulgado em plataforma digital.

O procedimento é conduzido pelo promotor Pedro de Oliveira Magalhães e teve início após representação encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com a apuração, dois influencers são investigados por terem divulgado o conteúdo, que trazia falas ofensivas retratando o Caps AD como local destinado a “pessoas que criam bebê reborn” e “só têm loucos”, além de sugerir que os pacientes receberiam “choques” como forma de tratamento.

Para o MP, esse tipo de conduta atinge diretamente a dignidade dos pacientes em sofrimento psíquico ou com dependência química, reforçando estigmas e preconceitos historicamente combatidos pela política de saúde mental.

O documento ressalta que o episódio não desrespeita apenas os usuários do serviço, mas também a imagem da instituição e dos profissionais que atuam no atendimento.

A Gerência de Atenção em Saúde, ao tomar conhecimento do caso, classificou o vídeo como “ofensivo, pejorativo e de extrema irresponsabilidade”, destacando que “qualquer pessoa pode usar suas mídias para publicar o que bem entender, porém desde que não venha prejudicar e ofender a ninguém”.

A Promotoria aponta que a ridicularização pública de pessoas em sofrimento mental pode configurar crime de injúria e difamação, além de violação prevista no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que criminaliza práticas de indução ou incitação à discriminação.