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JUSTIÇA DO TRABALHO

Casal de pastores foi condenado em R$ 1 milhão por torturar jovens

Dupla é julgada também por envolvimento em um homicídio

Reprodução

Um casal de pastores, atualmente réus em júri popular no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju (SE), acumula histórico de graves violações de direitos. Antes de serem denunciados por envolvimento na morte de uma mulher, os dois já haviam sido condenados na esfera trabalhista por exploração e tortura de adolescentes e jovens.

Segundo o Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE), os religiosos fundaram uma igreja na capital sergipana e, sob o pretexto de atividades voluntárias, submetiam adolescentes e jovens a jornadas exaustivas, obrigando-os a catar latinhas, vender alimentos nas ruas e realizar trabalhos domésticos sem qualquer remuneração ou com contribuições simbólicas. As vítimas eram ainda alvo de “constantes torturas físicas e psicológicas”, de acordo com as investigações.

O MPT instaurou inquérito e ajuizou uma Ação Civil Pública que resultou em sentença da 6ª Vara do Trabalho de Aracaju. O casal foi condenado ao pagamento de R$ 1 milhão por danos morais coletivos, além de indenizações individuais a duas vítimas. A decisão reconheceu que os métodos aplicados configuravam condições análogas à escravidão.