EX-JUIZ BOLSONARISTA
Maioria no STF vota para manter Sergio Moro como réu por calúnia
A acusação se baseia em um vídeo de abril de 2023, no qual Moro afirma: 'Não, isso é fiança, instituto... pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes'
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria neste sábado (4.out.25) para manter o senador Sergio Moro (União-PR) como réu.
Ele responde a uma ação por calúnia, acusado de insinuar a venda de sentenças pelo ministro Gilmar Mendes, decano da Corte.
Os ministros Cármen Lúcia (relatora), Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram para rejeitar um recurso apresentado pela defesa do senador.
Moro buscava reverter uma decisão de junho de 2024, quando a própria Turma aceitou uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O julgamento, realizado em plenário virtual, ainda aguarda os votos dos ministros Luiz Fux e Cristiano Zanin para ser concluído.
A defesa utilizou um "embargo de declaração", recurso que serve para esclarecer pontos de uma decisão, mas não para alterar o mérito.
A relatora, Cármen Lúcia, argumentou que "a pretensão do embargante é rediscutir matéria", o que não é cabível nesse tipo de recurso.
"Não há omissão na decisão embargada. A via recursal escolhida não se presta para renovação de julgamento que se efetivou regularmente", justificou a ministra.
Em seu voto, ela acrescentou que o objetivo era "somente modificar o conteúdo do julgado, para fazer prevalecer a tese do embargante".
A acusação se baseia em um vídeo de abril de 2023, no qual Moro afirma: "Não, isso é fiança, instituto... pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes".
O senador alega que a declaração foi uma "brincadeira infeliz" e que não foi ele quem divulgou o vídeo nas redes sociais.
Com a decisão, o processo criminal contra o ex-juiz prossegue no STF, ainda sem data para o julgamento final do mérito da acusação.
