MUDANÇA DE ALIADOS
Gleisi recebe sinal verde para trocar cargos parasitados pelo Centrão
As primeiras exonerações foram publicadas na 6ª feira (10.out.25)
O Palácio do Planalto começou a reavaliar o apoio da base aliada no Congresso Nacional.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, recebeu autorização do presidente Lula para reorganizar os apoios no Legislativo.
A decisão ocorre após a perda de validade de uma medida provisória (MP) que previa aumento na arrecadação federal.
O texto, que modificava regras do IOF, não foi votado a tempo pela Câmara dos Deputados.
Para o governo, o episódio foi considerado uma derrota relevante.
Gleisi afirmou que a reformulação inclui cortes de cargos de aliados de partidos que votaram contra a proposta.
Segundo ela, a ação visa fortalecer a fidelidade da base no Congresso. “Quem quiser estar no governo deverá ser voto do governo no Congresso”, disse a ministra, em entrevista ao jornal Metrópoles.
Os partidos mais atingidos incluem siglas do Centrão, como PP, PSD, Republicanos e até o MDB.
As primeiras exonerações foram publicadas na 6ª feira (10.out.25) no Diário Oficial da União.
Foram desligados cinco superintendentes regionais de ministérios ligados a essas legendas.
Entre os cargos atingidos, estão postos do Ministério da Agricultura no Pará, Paraná, Minas Gerais e Maranhão.
Também foi exonerado o chefe do DNIT em Roraima.
Além desses, postos estratégicos na Caixa Econômica Federal e nos Correios também foram afetados.
Rodrigo de Lemos Lopes, ligado ao deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), deixou a vice-presidência da Caixa.
Ele será substituído interinamente por Jean Rodrigues Benevides.
José Trabulo Junior, próximo a Ciro Nogueira (PP), também foi afastado. Ele atuava como consultor do presidente da Caixa.
As mudanças geraram reações dentro da base aliada.
No PSD, houve críticas ao que foi chamado de falta de articulação do governo.
O partido teve 20 votos favoráveis e 18 contrários à MP.
No MDB, a divisão também foi clara: 16 deputados apoiaram o texto, enquanto 14 votaram contra.
Mesmo com parte dos votos favoráveis, ambas as legendas foram atingidas pelas demissões.
Gleisi afirmou que o presidente Lula está “ciente das mudanças” e que elas seguirão de forma “responsável”.
Segundo a ministra, o objetivo é garantir uma base mais coesa para futuras votações no Congresso.
A medida provisória barrada previa até R$ 20,9 bilhões em novas receitas em 2026.
Após mudanças do relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), o valor foi reduzido para R$ 17 bilhões.
A articulação do governo agora busca evitar novas derrotas em matérias consideradas estratégicas.
