REMÉDIOS CONTROLADOS
Farmácia que distribuía tarja preta sem receita é alvo da polícia após tentativa de suicídio em MS
Consumidora atentou contra a própria vida após uso inadequado de medicação
Uma operação conjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), Vigilância Sanitária de Campo Grande, Conselho Regional de Farmácia (CRF) e Procon/MS flagrou, na manhã de 3ª feira (28.out.25), uma farmácia que vendia medicamentos controlados sem receita médica na Avenida dos Cafezais, bairro Jardim Paulo Coelho Machado, em Campo Grande.
A ação foi motivada por uma denúncia encaminhada ao CRF, relatando que, em outubro de 2024, uma pessoa adquiriu Clonazepam (tarja preta) sem apresentar receita e sem qualquer orientação profissional. Segundo a denúncia, o atendente buscou o remédio em um cômodo fora da área de atendimento, descrito como um “quarto”, e entregou o medicamento sem prescrição.
A denunciante contou que começou tomando cinco gotas por dia, mas, sem acompanhamento médico, aumentou gradualmente a dose até ingerir um frasco inteiro de uma vez, o que levou a surtos e uma tentativa de suicídio.
Durante a fiscalização, as equipes encontraram diversas irregularidades como produtos vencidos, ausência de farmacêutico responsável, uso inadequado de espaço para aplicação de injetáveis e armazenamento de medicamentos de forma irregular, sem controle de pacientes ou registro das aplicações.
No local também havia caixas de antibióticos e anti-inflamatórios injetáveis, que exigem prescrição médica, e medicamentos fracionados ilegalmente, como Meloxicam.
As equipes descobriram ainda um depósito clandestino escondido sob uma escada, trancado e sem ventilação, onde havia grande quantidade de remédios de uso controlado — cuja venda requer receita retida, além de ampolas de anabolizantes importados ilegalmente.
A funcionária responsável pelo local foi presa em flagrante e levada à Decon, sendo autuada por crimes contra as relações de consumo e contrabando, previstos na Lei nº 8.137/1990 e no artigo 334-A do Código Penal. As penas combinadas ultrapassam quatro anos de prisão, o que impede o pagamento de fiança na fase policial.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos e apurar o destino dos medicamentos controlados encontrados no depósito.
