COMPLIANCE ZERO
PF detém banqueiro em operação por fraude R$ 12 bilhões
Também são alvos o presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), e o diretor de Finanças e Controladoria do banco
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, declarou que as fraudes sob investigação na Operação Compliance Zero podem ter movimentado aproximadamente R$ 12 bilhões.
A operação, realizada em conjunto com o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), busca apurar crimes contra o sistema financeiro, segundo Rodrigues, que prestou depoimento à CPI do Senado sobre crime organizado nesta 3ª feira (18.nov.25).
Entre os investigados está Daniel Vacaro, dono do Banco Master, detido no Aeroporto de Guarulhos. Também são alvos Paulo Henrique Costa, presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), e Dario Oswaldo Garcia Júnior, diretor de Finanças e Controladoria do banco, afastados de seus cargos.
Rodrigues informou que, apenas nas primeiras ações da operação, foram apreendidos R$ 1,6 milhão em espécie na residência de um dos investigados. A operação também resultou em várias prisões.
A Operação Compliance Zero tem origem em investigações iniciadas em 2024 e apura a emissão de títulos de crédito falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional.
As fraudes consistiriam na criação de operações simuladas de empréstimos e valores a receber, que depois eram negociadas com outros bancos. Os créditos fraudulentos eram substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada, segundo a PF.
O Banco Master é apontado como o principal foco da investigação, conduzida a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
O Banco Central determinou a liquidação extrajudicial da Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Imobiliários. A EFB Regimes Especiais de Empresas foi nomeada liquidante extrajudicial, com Eduardo Felix Bianchini como responsável técnico.
O Master chamou atenção por oferecer rendimentos de até 140% do CDI em papéis da instituição, acima da média praticada por bancos de menor porte, que variava entre 110% e 120% do CDI.
Operações com precatórios e títulos em dólares aumentaram as dúvidas sobre a capacidade financeira da instituição. Na 2ª feira (17.nov.25), o grupo Fictor anunciou a intenção de adquirir o Banco Master.
