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FALTA DIÁLOGO

Guajajara festeja na COP-30, Eloy negocia 'no privado' e agromilícias matam em MS

A comunidade da retomada relaciona a escalada de violência à falta de avanços concretos nos processos de demarcação, que seguem sem conclusão na Terra Indígena Iguatemipeguá I, que dão esperanças aos grileiros de retomar as terras indígenas

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e o secretário executivo da pasta, Eloy Terena, são criticados por comunidade indígena de MS.

Lideranças Guarani e Kaiowá de Mato Grosso do Sul criticaram, nesta semana, a postura do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) durante a articulação sobre demarcações no estado.

As manifestações ocorreram junto a um vídeo em que o secretário-executivo do MPI, Luiz Eloy (Eloy Terena), aparece em reunião com representantes do governo estadual para tratar da situação fundiária na região.

Segundo as lideranças, as conversas estariam acontecendo sem a presença dos povos diretamente afetados pelos conflitos de terra, nos estilo "privado", entre Eloy e os 'cabeças' do governo. 

Para representantes de Pyelito Kue, a ausência das comunidades nas negociações gera desconfiança e amplia a sensação de que decisões importantes continuam sendo tomadas “de cima para baixo”.

Os indígenas afirmaram que esperavam maior diálogo do governo federal, especialmente após o ataque que resultou na morte de Vicente Fernandes Vilhalva Kaiowá e Guarani, de 36 anos, no último domingo (16.nov.25), que como mostramos aqui foi uma taque orquestrado de jagunços da agromilícia.  

A comunidade da retomada relaciona a escalada de violência à falta de avanços concretos nos processos de demarcação, que seguem sem conclusão na Terra Indígena Iguatemipeguá I, que dão esperanças aos grileiros de retomar as terras indígenas; 

Em nota, as lideranças dizem estar “cansadas da condução do MPI”, alegando que alertas sobre a tensão na região foram enviados ao governo antes do ataque.

A comunidade lamentou a participação da ministra Sônia Guajajara festejando em uma na agenda internacional da COP 30 enquanto a crise se intensificava no estado.

Para as comunidades, a prioridade deveria ser o acompanhamento presencial das negociações e a inclusão das lideranças nas tratativas sobre os limites da terra.

O MPI não comentou diretamente as críticas até o momento.

A Terra Indígena Iguatemipeguá I ainda aguarda etapas finais de seu processo demarcatório, identificado pela Funai em 2013 e marcado por disputas jurídicas ao longo da última década.

Enquanto as investigações sobre o ataque continuam, as lideranças pedem mais transparência, participação e medidas de proteção às comunidades que vivem na área contestada.