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PARLAMENTO

Câmara aprova 'frankenstein' legislativo do PL Antifacção

Enquanto a base do governo Lula ainda buscava adiar a votação e evitar excessos, bolsonaristas aproveitaram a negociação para tentar inserir trechos polêmicos

Guilherme Derrite apresentou seu texto em Plenário. - Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta 3ª feira (18.nov.25) o texto-base do PL Antifacção, com 370 votos a favor, 110 contrários e três abstenções.

O projeto aprovado é fruto de um verdadeiro “frankenstein” legislativo: seis versões diferentes foram unidas pelo relator Hugo Motta (Republicanos-PB) e pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), para tentar atender a interesses distintos da extrema-direita e do centro.

Enquanto a base do governo Lula ainda buscava adiar a votação e evitar excessos, bolsonaristas aproveitaram a negociação para tentar inserir trechos polêmicos, que pretender instalar o caos no país, como equiparar facções criminosas a terroristas.  

Dois governadores da direita — Ronaldo Caiado (União Brasil, Goiás) e Cláudio Castro (PL, Rio de Janeiro) — estiveram na Câmara nesta terça-feira, pressionando diretamente por mudanças que fortalecem sua agenda de segurança violenta, mas de poucos resultado efetivos.

O substitutivo endurece penas e cria novos tipos penais, incluindo reclusão de 20 a 40 anos para líderes de milícias ou organizações criminosas e 12 a 20 anos para quem favorece esses grupos.

A legislação também prevê apreensão antecipada de bens do investigado, incluindo perdimento antes do trânsito em julgado, alteração feita a pedido da Receita Federal, essa regras só valem para quem não é político. Sendo político, os substitutivos tratam de proteger.

O texto final mantém o efeito simbólico desejado pela direita dura: mostrar “mão pesada” contra o crime organizado, mesmo que isso signifique atropelar garantias processuais e criar um emaranhado de regras para aprovação rápida, que livram principalmente os engravatados. 

O QUE MUDA NA LEGISLAÇÃO 

O PL altera seis leis federais para:

1. Criação da facção criminosa e novas penas

O projeto tipifica a "facção criminosa" como modalidade qualificada de organização criminosa, voltada para o controle de territórios ou atividades econômicas mediante violência.

2. Crimes hediondos e prisão temporária

ATAQUE AO PATRIMÔNIO DAS FACÇÕES

 REFORÇO NA INVESTIGAÇÃO E NO CÁRCERE

O PL traz inovações para otimizar as investigações e coibir o comando criminoso a partir dos presídios:

Veja o inteiro teor do projeto.  

O projeto segue agora para a análise dos destaques na Câmara.