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CAMPO GRANDE (MS)

Dona de restaurante, Ângela é assassinada pelo ex-marido churrasqueiro

38º vítima de homens em MS, horas após mobilização nacional pelo fim da matança de mulheres

Leonir, ex-marido de Ângela, era churrasqueiro no restaurante dela e a matou após ela pedir a separação.

Ângela Nayhara Guimarães Gugel, de 53 anos, foi vítima de feminicídio nesta 2ª feira (8.dez.25). Ela foi assassinada a facadas, pelo ex-marido, Leonir Gugel, de 59 anos, numa casa na Rua Antônio Pinto da Silva, no Bairro Taveirópolis, em Campo Grande (MS). Ele confessou o crime.  

A vítima era dona do Restaurante Sabor da Albert Sabin, que fica próximo a casa dela. Já Leonir, era churrasqueiro no estabelecimento. Eles estavam em processo de separação.    

De acordo com a polícia, Leonir a golpeou com várias facadas, por volta das 9h30 desta 2ª. 

Uma das filhas do casal ficou ferida na mão ao tentar defender a mãe.

Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram mobilizadas para o local e encontraram Ângela ainda com vida, mas ela morreu em decorrência dos ferimentos a faca. 

Após o ataque, Leonir tentou cometer suicídio, golpeando o próprio pescoço com a faca que matou a ex-esposa.  

Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em estado de saúde considerado gravíssimo.

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e a perícia foram acionadas.

HORAS APÓS MOBILIZAÇÃO NACIONAL

O assassinato de Ângela ocorre horas após uma mobilização nacional "Levante Mulheres Vivas", que cobra o fim da matança delas provocada por homens, em grande maioria ex-companheiros. Na Capital sul-mato-grossense cerca de 150 pessoas manifestaram-se no domingo (7.dez.25).

Além disso, o mesmo ato aconteceu em 20 estados e Distrito Federal. Na capital paulista milhares de pessoas foram às ruas cobrando o fim da matança de mulheres. 

CENÁRIO CRÍTICO EM MS 

Ângela entrou para a estatística, sendo a 38ª mulher a ser assassinada em Mato Grosso do Sul neste ano.

Desde 2015, Mato Grosso do Sul contabiliza um total de 352 feminicídios registrados.

O ano de 2022 foi o pior da série histórica, com 44 vítimas fatais em todo o estado.

Com 38 casos, 2025 aproxima-se perigosamente do recorde de óbitos dos últimos anos.

PROCURE AJUDA

A capital tem registrado alta procura por ajuda na Defensoria Pública em 2025.

Mais de 8 mil mulheres buscaram atendimento apenas em Campo Grande neste ano.

Se você está sendo vítima de violência doméstica, ameaças ou mesmo agressões severas verbais, acione as autoridades policiais. Seu companheiro, seu ex-companheiro, ou mesmo um ficante, pode ser um feminicída. Para buscar ajuda, entre em contato pelos canais a seguir: