ELEIÇÕES 2026
"Cheiro de 98": Vander define Fábio ao governo e traça rota para o Senado
Em plenária estadual marcada pela retórica combativa contra a extrema-direita e apelos à unidade, partido sinaliza chapa "puro-sangue" com abertura condicionada a Simone Tebet e define prioridade absoluta: a reeleição presidencial.
O deputado federal e presidente regional do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul (PT-MS), Vander Loubet, figura central da Plenária Estadual realizada na manhã deste sábado (13.dez.25), na sede da Fetems, em Campo Grande (MS). Mais do que um evento protocolar, o encontro serviu para que Vander, principal articulador da legenda no estado, desenhasse o mapa eleitoral de 2026. Com um otimismo que ele mesmo comparou à histórica campanha de Zeca do PT em 1998, Loubet confirmou a pré-candidatura de Fábio Trad ao Governo do Estado e reafirmou sua disposição para disputar o Senado.
Em entrevista ao MS Notícias após o evento, Vander destacou a rápida assimilação de Fábio Trad pela base petista, classificando a relação como um "casamento" prestes a ser oficializado.
Para Vander, a candidatura de Trad não é uma imposição, mas um processo de sedução mútua entre o ex-parlamentar e a militância histórica.
“A candidatura do Fábio é uma construção diária. A cada dia estamos dando um passo a mais. Hoje, com a vinda do Edinho [Silva], demos mais um passo importante. Acredito que é um caminho sem volta”, afirmou Vander.
O dirigente partidário enfatizou que a química entre o pré-candidato e o "chão do PT" — termo usado para designar a base militante — superou as expectativas.
“O Fábio está conhecendo e se impressionando com o ‘chão’ do PT, e o PT está apaixonado por ele. Esse casamento é questão de dias para consolidar a candidatura a governador. Claro que a última palavra é dele. Ninguém pode ser candidato forçado, e jamais faríamos isso, mas ele sabe do papel que teve na construção do palanque do presidente Lula aqui no estado. É um quadro que vai nos orgulhar muito”, completou.
Vander revelou ainda dados internos que animam a cúpula: “As pesquisas de hoje já apontam nosso candidato com 16,8%. E nem lançamos ainda oficial. Isso significa que temos todas as condições de levar o Fábio e a Dona Gilda [possível vice] para o segundo turno”.
O "NÓ" SIMONE TEBET E O SENADO
Sobre a composição para o Senado e o papel da Ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), Vander Loubet adotou um tom pragmático, mas firme: o apoio do PT a uma eventual reeleição de Tebet ao Senado depende, invariavelmente, do apoio dela ao palanque estadual de Fábio Trad.
“O que eu disse foi: se a Simone quiser discutir conosco, incluindo esse projeto [do governo estadual], a decisão fica com ela. Ela precisa decidir se quer ficar aqui ou em São Paulo. Se ela tiver disposição de estar dialogando conosco neste campo, apoiando o Lula e apoiando o Fábio, eu estou aberto a discutir com a presidência nacional do PT se a melhor estratégia são duas candidaturas ou só uma. Isso está muito aberto”, explicou.
No discurso à militância, Vander foi ainda mais direto, reafirmando que, na ausência dessa composição, ele é o candidato natural ao Senado.
“Resolvemos o problema da Simone, que nos incomoda muito. Nós queremos a Simone, não tem problema nenhum. Desde que ela venha apoiar o Fábio. Se não estiver nesse projeto, não cabe a nós apoiá-la. Por isso sou pré-candidato a senador, para construir o nosso projeto aqui. Mas se vier e houver entendimento, também farei o gesto, porque acima de tudo está a reeleição do presidente Lula.”
"98" E A ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA
Durante seu discurso na Fetems, Vander provou uma verdade "nostalgia combativa" ao citar nominalmente coordenadores da vitoriosa campanha de 1998 presentes no ato, sugerindo que o cenário político atual guarda semelhanças com o ano em que o PT conquistou o governo estadual pela primeira vez.
“[a campanha do ano que vem] Tem cheiro de 98. Estou vendo aqui o Jorge, Bonelli, Paulo, Meneghetti, Mariano... Eram os coordenadores daquela campanha. Naquela época, num cenário muito parecido, até o Lula esteve aqui para convencer o Zeca. E o que estou percebendo é que a cada dia estamos criando essa mesma energia”, comparou.
O deputado encerrou sua fala projetando a organização tática para os próximos meses, que inclui a visita aos 79 municípios e a formação de chapas proporcionais robustas, visando ampliar a bancada federal e estadual.
“Estamos organizando nossas plenárias regionais, aproximando de novo o partido da base. A militância do PT é que vai sustentar nosso projeto. Queremos trazer o PDT, o PSB, o PCdoB, o PV e dialogar com o PSOL. O desafio é ter a nossa candidatura, a candidatura do governo Lula, contra a candidatura da extrema-direita”, finalizou Loubet.
