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Com empurrão do Planalto, PT e PMDB insistem em união nos estados

Apesar do clima ruim que se estabeleceu na relação entre PMDB e PT por ocasião da recente reforma ministerial do governo Dilma Roussef, os dois partidos ainda procuram aparar arestas e reavivar os interesses comuns para turbinar a coligação que defenderá a reeleição da presidenta da República. E uma das munições táticas dos dois partidos e do próprio Palácio do Planalto é unir forças nas eleições estaduais. Para atingir esse objetivo, o Planalto e as direções nacionais estão investindo num novo processo de discussão dos interesses locais e nacionais, reforçando a ênfase na prioridade zero que é a reeleição de Dilma. O PT e o PMDB possuem as maiores bancadas congressuais do País. No Senado, petistas e peemedebistas somam 32 dos 81 senadores; na Câmara, os dois partidos fizeram juntos nas últimas eleições 167 dos 513 deputados. Esse número caiu para 159, mas ainda garante com outras legendas aliadas uma real, embora apertada, maioria ao governo. Na ótica do Planalto e dos diretórios nacionais do PT e PMDB, estados como o de Mato Grosso do Sul ganham importância dobrada nas contas da governabilidade para uma eventual reeleição de Dilma. Por isso nos últimos dias intensificam-se os contatos na tentativa de persuadir as lideranças regionais a superar históricas divergências e fazer da eleição de deputados e senadores um alvo tão importante quanto o de garantir fortes palanques na campanha presidencial. Na eleição sul-matogrossense, a pré-candidatura do favorito senador Delcídio Amaral (PT) – conforme as pesquisas - começa a exercitar um complexo trabalho de diálogo para construir alianças. E esvai-se aos poucos a expectativa de Delcídio de levar consigo o PSDB numa aliança branca, que teria como condições a troca de apoios entre ele e o deputado federal Reinaldo Azambuja, que cobiça uma cadeira no Senado. No início, essa possibilidade animou alguns petistas históricos. O ex-governador Zeca Orcírio, instigado pela chance de juntar todas as forças possíveis para derrotar o governador André Puccinelli, chegou a admitir uma aliança branca. Mas Puccinelli não será mais candidato a senador. E isso tirou de Zeca e de grande parte da militância o desprendimento de “engolir” a companhia de um tucano em seu palanque. Zeca já avisou que não cogita, nem em sonho, uma parceria com o PSDB e muito menos subscrever uma solução que pode dar a Dilma um presente de grego, ajudando a eleger mais um congressista com mandato de oito anos para atarantar a presidenta. Este é um dos desafios de Delcídio, que se conseguir reconstruir seu cenário mais amplo de alianças pode reiniciar as conversações com André Puccinelli. O governador parece estar bem à vontade e satisfeito apoiando a reeleição da presidenta Dilma. Só não demonstra igual entusiasmo em relação à arrancada de seu pré-candidato ao Governo, Nelsinho Trad. Não demora; a cúpula do PT e o Planalto entram em cena para mostrar a Delcídio que o custo-benefício de mais valia na sua eleição será dourá-la com a preservação local da aliança nacional que dá amparo e sustentação ao governo de Dilma Roussef. Edson Moraes, especial para MS Notícias