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Moradores da Vila Nogueira enfrentam dificuldades mesmo pagando impostos

Matagal em frente a casa da dona Laura, e ao fundo, objetos como sofá que são deixados.
Foto: Tayná Biazus
[caption id="attachment_55105" align="aligncenter" width="400"] Rua dos Rezendes, a rua principal da Vila Nogueira
Foto: Tayná Biazus[/caption]

Os moradores da Vila Nogueira estão inconformados com a situação das ruas e a segurança do bairro. A vila Nogueira fica dentro do bairro Monte Alegre, e os bairros que a cercam, diferentemente da Vila, possui as ruas asfaltadas.

Conforme explicou a dona de casa, Laura de Paula, 48, que mora na rua dos Rezendes, considerada a principal, além de não ter asfalto e constar na documentação que ela seria pavimentada, há um terreno de propriedade particular que não é cuidado pelo proprietário, estando tomado pelo mato. Há objetos que são deixados no local, como sofás, além de animais mortos.

[caption id="attachment_55106" align="alignright" width="360"] Matagal em frente a casa da dona Laura, e ao fundo, objetos como sofá que são deixados.
Foto: Tayná Biazus[/caption]

“Tem gente que larga bicho morto aí, sem falar que tem cobra, escorpião, aranha, sapo. Tudo isso entra dentro da nossa casa. Há uns anos, minha filha acordou com uma aranha caranguejeira em cima do rosto”, contou Laura.

A situação piora em épocas de chuva, que além de facilitar o crescimento do mato, faz com que as ruas fiquem praticamente intrafegáveis, já que há muito barro, além de a água entrar em várias residências.

O jeito para impedir que as casas sejam invadidas pela água da chuva foi tentar fazer uma pequena barreira com terra e plantação de grama. Na época da seca, o problema é a poeira, que entra nas casas.

“Não se vê patrolamento, cascalhamento nem nada aqui. Não tem polícia nem aguarda municipal pra fazer a segurança, há postes sem luz, o que é um perigo, já que o índice de roubos é grande. Acontece de os ladrões trazerem as mercadorias e jogar aí nesse mato pra esconder e pegar outro dia”, desabafou a dona de casa.

Enquanto a reportagem conversava com Laura, uma vizinha se aproximou para reclamar. Ela, que preferiu não se identificar, disse que além da pavimentação e segurança, sua reclamação é referente ao centro comunitário, que não está funcionando, as aulas de corte e costura, culinária e até para os moradores que desejavam aprender a ler e escrever tiveram início mas pararam e não se sabe o motivo.

Ambas moradoras disseram que já entraram em contato com a prefeitura municipal e as secretarias responsáveis, mas ninguém tem uma posição e não atendem as reivindicações. “Em época de campanha todo mundo vem aqui e promete. O próprio prefeito, o Gilmar Olarte (PP), veio aqui quando era candidato a vereador e disse que iam asfaltar, hoje, que ele é prefeito, nunca pisou aqui, nem passou para ver a situação”, indigna-se Laura.

Outro problema encontrado é em relação ao ponto de ônibus. Por ser considerada a rua principal, não há pontos, somente há duas quadras de distância, dificultando a saída no dias de chuva, devido ao barro.

“Eu não me importo de pagar impostos, desde que haja as condições para nós morarmos aqui. Essa rua não é asfaltada, e tem gente que paga IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) altíssimo por algo que não tem”.

O bairro não tem rede de esgoto, cada casa possui uma fossa, somente é possível encontrar água e luz nas casas. Creches e postos de saúde podem ser encontrados nos bairros que ficam próximos, como o Aero Rancho e Iracy Coelho.

A reportagem vai entrar em contato com os responsáveis para saber os motivos que não há condições dignas a esses moradores.

Tayná Biazus