No último ano, Nelsinho gastou mais de R$ 125 milhões apenas em cascalhamento
O ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad (PMDB) pode ter sido responsável em 2011 e 2012, dois últimos anos de sua administração, por um aumento de mais de 60% do valor pago a empreiteiras pela operação de revestimento primário, que nada mais é que cascalhamento, ou seja, cobertura de vias sem asfalto com pedras e terra.
Nelsinho que hoje induz seu irmão, ex-deputado Fábio Trad, a abrir processo de investigação contra o atual prefeito Gilmar Olarte (PP) para verificar se há indícios de suposta "indústria da corrupção" como classificou o deputado, já foi alvo de investigação do MPE (Ministério Público Estadual) justamente por ter pago demais por buracos de menos.
Já com "tapa-buraco", em 2010, Nelsinho gastou R$ 24.888 milhões, em 2011 foram R$ 39 milhões e em 2012, último ano de seu governo, o gasto total com tapa-buraco e cascalhamento foi de R$ 255 milhões. Se comparado com gestões seguintes, o gasto foi muito maior.
Em 2013, Alcides Bernal (PP), ex-prefeito de Capital gastou R$ apenas 125 milhões com mesmas operações. Olarte gastou até então 137 milhões, e muitas das obras atuais são nos mesmos locais onde Nelsinho havia feito sua mega operação "tapa-buraco". Semana, por exemplo, o MS Notícias esteve no bairro Los Angeles onde há uma rua que há mais dez anos é "cascalhada", mas nunca pavimentada.
Fábio ao pedir que Olarte seja investigado, esquece que, seu irmão, que tenta se viabilizar candidato a prefeito em 2016, foi o que mais gastou com operação e foi alvo de denúncias que chegaram ao MPE e ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) sobre suposto esquema de fraudes nesse tipo de operação.
Entre os suspeitos de possível esquema de favorecimento de empreiteiras, está o ex-secretário de Nelsinho João Antonio de Marco. Já entre as empreiteiras investigadas está a Selco Engenharia cujo funcionário foi flagrado cobrindo buracos inexistentes e está também a JW Construções e Engenharia cujo dono é, segundo fontes, próximos a Nelsinho, mas isso Fábio não quer investigar.