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Contra aumento do diesel

Mais de 500 caminhoneiros bloqueiam as rodovias na saída de MS para São Paulo

Wanderson Lara

Mais de 500 caminhões bloqueiam nesta terça feira, parte das rodovias que dão acesso às saídas para Cuiabá, São Paulo e Sidrolândia, em protesto na Capital. O ato é uma reivindicação, em especial, para a redução do ICMS (Imposto Sobre Comercialização de Produtos e Serviços) sobre o diesel, de 17% para 12% e de impostos.

Os caminhoneiros bloqueiam apenas um lado da pista, permitindo a passagem de carros de passeio, ambulâncias e motos, fechando o acesso apenas para outros caminhões. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), somam mais de 5 km a interdição da BR - 163 na saída para São Paulo.

A maior queixa dos manifestantes é em relação à redução do ICMS sobre o diesel para alinhar a outros estados. De acordo Roberto Sinai, caminhoneiro autônomo, “estamos cobrando apenas o que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) assegurou para nós em sua campanha política”.

Há 22 anos na profissão, Alexandre Ribas trabalha em uma empresa privada e afirma que nunca havia passado por essa situação antes. “Perdemos o prazer de trabalhar. Hoje trabalhamos e não conseguimos pagar se quer o aluguel do caminhão. Cerca de 80% do dinheiro é gasto no combustível e nos impostos cobrados nas rodovias. Parece-me que a presidente Dilma não come alimentos brasileiros, porque se comesse não deixaria na situação que está uma das principais categorias que movimenta a economia do país”, lamenta.

Além dos elevados preços, a precariedade de trabalho na categoria também está em pauta. Roberto defende que haja fiscalização em relação ao cumprimento das leis trabalhistas, como a lei do descanso, que segundo ele não é respeitada.

Outra reivindicação por parte dos trabalhadores é o valor abusivo cobrado nos pedágios. Ainda segundo Alexandre, “cobram pedágio com o caminhão vazio. Estão realizando as cobranças fora das leis”.

Até o momento, as rodovias permanecem bloqueadas como o auxilio da PRF e pelos fiscais da CCR MS via. Os manifestantes aguardam uma resposta do governo estadual e nacional. 

24 horas parados

Caminhoneiros que aderiram ao movimento improvisam ao redor das rodovias um lugar para descansar e comer. Uma tenda foi colocada na rotatória que dá acesso a saída de São Paulo, onde se reúnem e aproveitam para fazer uma refeição.  “Até uma sombra arrumamos para o governador vir conversar com a gente”, comenta o caminhoneiro Carlos Lima.

As refeições do dia serão feitas a beira das rodovias. Hoje, o cardápio do almoço foi pão com mortadela, segundo manifestantes por um objetivo, vale apena improvisar.

O ato tem duração de 24 horas, e após isso se ainda não houver uma resposta do governo é possível que continuem com o bloqueio nas rodovias.