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Proprietários de terras ocupadas mobiliza bancada federal para resolver os impasses com indígenas

Foto: Wanderson Lara

Parlamentares e produtores rurais se reuniram nessa manhã, no auditório da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul-Geral) para discutir os impasses entre os indígenas e proprietários rurais nos conflitos por terras, que ganhou proporções maiores após a ocupação dos indígenas guarani kaiowá em fazendas nos municípios de Aral Moreira, Coronel Sapucaia e Amambai no ultimo dia 29.

Integrantes da bancada federal, vereadores, e deputados estaduais estiveram presentes com a intenção de trazer uma solução para os produtores. Porém, o encontro organizado pelo deputado federal Carlos Marun (PMDB) não trouxe novidades.

Conforme a Deputada Federal, Tereza Cristina (PSB), que se posicionou inteiramente ao lado dos produtores “o assunto tratado é antigo, e até hoje não enxergamos nenhuma evolução no que se diz a respeito do direito dos proprietários rurais dessas terras. Falta vontade do poder executivo de resolver a questão”, afirma Cristina, que alega que é importante que essa a ajuda venha principalmente do executivo, mas que se diz “presa aos limites do governo federal”.

A questão argumentada pelo parlamentares presentes, principalmente, é a ausência de incentivo do governo, “devido a suas linhas ideológicas”. “O que nós vemos é o PT tentando se aproximar dos movimentos sociais e isso colocará índio contra fazendeiro, fazendeiro contra índio. Dessa forma está errado, pois não é com conflito que se faz política e sim com diálogo, acredito que é isso que as pessoas querem aqui hoje”, argumentou o deputado Federal Luiz Mandetta (DEM).

O deputado Federal Carlos Marun (PMDB), ao ser questionado sobre quais ações seriam realizadas por parte da bancada federal, não soube explicar e afirmou não ter poder suficiente para movimentar decisões práticas que tragam resultados ligeiros. “O que podemos fazer é pressionar o restante da bancada para votar nos projetos em tramite, mas cerca de 200 parlamentares, que compõe o congresso nacional, fazem parte do Rio de Janeiro e de São Paulo, e não entendem a nossa situação”, justificou o parlamentar.

Proprietária da fazenda Esperança, que teve área ocupada por indígenas da aldeia Taunay – Ipegue há dois anos, Mônica Correa, de 58 anos alegou não compreender a razão da reunião, “se não houve resultado. Esse discurso nós conhecemos bem. O que pedimos acima de tudo é segurança, o que é dever do Estado proporcionar, pois é inacreditável que eles (índios) podem entrar no local e destruir tudo o que construímos inclusive os valores da família e não poder ter uma equipe policial para trazer segurança para o restante de bens que estão lá”.

Ainda conforme a produtora, o Ministério Publico foi acionando porém e foi favorável a duas vezes,  "porém o ministro, por questões ideológicas barrou nosso pedido de restruturação de pose, e hoje estamos nessa luta sem fim". 

A solução encontrada pelos proprietários é uma mobilização a nível nacional, onde os parlamentares façam com que as atenções voltem ao Estado e a o impasse seja resolvido. 

Na reunião estiveram presentes o secretário estadual de governo, Eduardo Riedel, a Deputada Estadual Antonieta Amorin, (PMDB),  Deputado Federal Zé Teixeira (DEM), Senador Waldemir Moka (PMDB), o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) Maurício Saito, e o presidente e vice-presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) Milton Pickler.