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Ambulantes começam a ser afetados pela crise, mas lucro ainda é maior na informalidade

Rene de Goes, 30 anos, que trabalha vendendo frutas em Campo Grande - Wanderson Lara

Em Campo Grande, os ambulantes também são afetados pela crise econômica que o país atravessa no momento, ainda que nas ruas o número de vendedores cresce e muitos até abandonaram suas profissões para atuarem com vendas, mas eles garantem que vendem muito mais que os convencionais.

Rodrigo Araujo, 30 anos, hoje, vende calçados, mas há três possuía uma loja de guincho em Campo Grande, porém devido alto valor dos impostos, não viu alternativa e acabou fechando o comércio. Hoje trabalha como ambulante pelas ruas da cidade, mas afirma que a crise já chegou para quem trabalha com vendas. “O que eu vendia em 12 dias, hoje passa mais de meses parado”, explica.

Por outro lado, o vendedor de cadeiras, Jessé da Silva, 21 anos, tem faturado com as vendas, por mês chega a ganhar R$ 4 mil reais. Ele explica que a crise ainda não afetou seu comércio, mas percebeu diferença na hora de abastecer o carro. “Estou vendendo bem, a única diferença mesmo tem sido o preço da gasolina que tem pesado no bolso”, comenta. Ele gasta em média por semana entre R$ 60 e R$ 90 reais com gasolina.

Já em outro ponto da cidade, onde se concentra o maior número de vendedores ambulantes, parece que a crise chegou por lá e muitos não estão conseguindo lucrar com seus produtos. Este é o caso do Rene de Goes, 30 anos, que trabalha vendendo frutas. “Está muito parado, não só aqui como no Ceasa. Os produtores aumentaram os preços e com isso acaba afetando o consumidor, pois somos obrigados aumentar o valor”, ressalta.

Vanderley Pasqualli, 44 anos, antes trabalha em uma panificadora, abandonou o trabalho para vender salgados e doces nas ruas de Campo Grande. Para ele a crise não chegou e as vendas só vêm aumentando. “Sem comer ninguém fica. Quando chega às 18h já não tenho mais nada aqui, vendo tudo”, comenta.  A fabricação é própria, para manter o ganha pão, tem acordar todos os dias por volta das 5h e ocupa quase toda a manhã para fazer os salgados.

O vendedor de ovos, Silas Moreira, de 48 anos, explica que a crise “é como pescaria, uma hora você vende muito, outra você vende pouco. Mas se a gente conseguir sair da crise é melhor ainda”, afirma. Ainda na mesma avenida, Carlos Aguirre, 44 anos, vendedor de caldo de cana, está no local desde janeiro deste ano, como seu produto é de baixo custo às vendas ainda não foi afetado pela crise econômica, porém tem conseguido sobreviver com o que ganha. “Produto barato, a gente não sente dificuldades na venda. Mas para ajudar vender, coloquei máquina de créditos”, comenta.